O cardápio de opções para profissionais e fãs da música é imenso: começa nesta quarta-feira, 5, com festa para credenciados, a sexta edição da Semana Internacional de Música (SIM) de São Paulo. De conferências sobre o papel das gravadoras no mundo digital do século 21 a apresentações espalhadas pela cidade, o evento vai até o domingo, 9, e recebe comissões internacionais, mais de 300 shows, 70 painéis e pelo menos 3 mil credenciados.
A programação completa está em www.simsaopaulo.com.br, e as credenciais, já no terceiro lote, saem agora por R$ 350 e dão acesso a todas as atividades da SIM. Os fãs de música também podem participar: as festas e shows noturnos espalhados pela cidade têm venda de ingressos avulsos, e showcases diurnos e gratuitos no Centro Cultural São Paulo, base do evento, entre 6 e 8 de dezembro (foram 27 bandas e artistas escolhidos entre 2.299 inscritos para mostrar seu trabalho em shows de 20 minutos).
Outro destaque da SIM é a mostra audiovisual, também gratuita, que tem lugar no Cine Olido (Av. São João, 473). Nos dias 8 e 9, serão exibidos filmes musicais como Yellow Submarine, a animação psicodélica dos Beatles (8/12, 17h) e o documentário Hip Hop e Mercado (A cena do Rap), do coletivo NPMH2 (9/12, 16h).
Também na mostra de cinema, a SIM recebe um de seus convidados especiais: Steve Shelley, o baterista do Sonic Youth, vem a São Paulo apresentar o evento Sonic Youth: 30 Anos de Daydream Nation – uma exibição especial de trechos de filmes e documentários sobre a banda, em celebração ao aniversário de seu disco mais emblemático. Nas sessões (8/12, às 19h, e 9/12, às 18h), Shelley comenta aspectos do álbum e dos filmes, numa conversa com o músico brasileiro Gustavo Riviera (Forgotten Boys).
O evento terá cenas de arquivo da banda, trechos restaurados de Put Blood in the Music (1989), do diretor Charles Atlas, que discorre sobre a sonoridade oitentista de Nova York, e o inédito Daydream Nation, do diretor Lance Bangs, com cenas de um show de 2007 em Glasgow, no qual o Sonic Youth tocou o álbum clássico na íntegra.
Shelley levou o evento para diversas cidades dos EUA, e esta é a primeira vez que ele sai do país. “Começou como uma homenagem aos 30 anos do disco, encontramos cenas muito antigas do Sonic Youth tocando em 1988 em Washington DC. Com os outros filmes, formamos uma mixtape de filmes sobre o Daydream Nation”, diz Shelley, por telefone.
“Eu me juntei à banda em 1985, e logo estávamos em turnê pelo disco Bad Moon Rising. Foi um tempo de crescimento porque começamos a trabalhar em EVOL e logo depois Sister. Depois, tivemos um intervalo em que gravamos esse disco que chamamos The Whitey Album, com o projeto paralelo Ciccone Youth, porque queríamos quebrar o ciclo de turnês e gravações, e chegar às coisas de uma maneira diferente. Foi um trabalho menos sério, mas nem lançamos na época. Depois disso, fomos gravar Daydream Nation”, conta Shelley.
O músico acredita que o trabalho – considerado pela crítica um ponto de inflexão do rock alternativo nos anos 1980 (a Pitchfork cravou o disco como o melhor daquela década, mais recentemente) – foi uma evolução natural dos trabalhos anteriores. “Naqueles dias, existia uma linhagem sólida do rock n roll, e nós éramos ainda muito do underground. Não tínhamos aparecido na Rolling Stone. Daydream foi quando essa cultura nos notou”, diz.
SIM SÃO PAULO 2018
Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1000. + 42 casas de shows. De 5/12 a 9/12. Credencial PRO-BADGE: R$ 350,00.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.