O presidente da Argentina, Maurício Macri, voltou a criticar a violência protagonizada pela torcida do River Plate antes do que era para ter sido a grande decisão da Libertadores, contra o Boca Juniors, no último dia 24. Para o político, é necessário que se faça uma “profunda reflexão” para evitar novos casos deste tipo no esporte.
“Foram dias duros que vivemos no fim de semana anterior. Temos que fazer uma profunda reflexão sobre o futebol por parte de todos. Por que permitimos acreditar que uma partida de futebol é diferente da vida diária? Por que toleramos a violência que no dia a dia não estamos de acordo?”, questionou.
No dia 24, momentos antes do horário marcado para a final, o ônibus do Boca Juniors foi apedrejado por torcedores do River Plate nas cercanias do Monumental de Núñez. Alguns jogadores ficaram feridos, entre eles o capitão Pablo Pérez, que teve lesões no olho e no braço.
O horário da partida chegou a ser alterado em duas oportunidades, antes de ela ser adiada para o dia seguinte, quando foi suspensa. Dias mais tarde, a Conmebol decidiu tirar o duelo da Argentina e levá-lo para Madri, no estádio Santiago Bernabéu, onde deverá finalmente ser disputado neste domingo.
Apesar de atacar os agressores da torcida do River, Macri considerou que parte da torcida teve comportamento ainda pior com o presidente da Fifa, Gianni Infantino. Presente no estádio para acompanhar a final, o dirigente foi alvo de xingamentos e até cusparadas.
“Me parece muito pior que alguns violentos que atiraram pedras no ônibus, os violentos que cospem em outra pessoa ao seu lado. É inaceitável o que aconteceu nas arquibancadas do River com as autoridades do futebol internacional. É muitíssimo mais grave do que o que aconteceu na rua. Denota uma degradação”, considerou.
O presidente argentino ainda avaliou que foi esta violência a principal razão para que a Conmebol decidisse tirar o jogo da Argentina. “Acho que tem muito mais a ver com isso a decisão de nos castigar e nos deixar sem a final na Argentina. Influenciou muito mais do que aquilo que aconteceu na rua. É muito mais grave. Não pode voltar a acontecer que autoridades internacionais nos digam que não se pode jogar em nosso país”, comentou.