Criado na base do Flamengo, onde chegou ainda criança, Lucas Paquetá viverá neste sábado a página final desta trajetória com as cores do clube. Negociado com o Milan para o ano que vem, o meio-campista jogará pela última vez pela equipe rubro-negra diante do Atlético-PR, no Maracanã. E, na véspera do confronto, o jogador de 21 anos admitiu o “medo” pela despedida.
“Fico tentando imaginar o que eu vou encontrar, até conversei com minha esposa e minha mãe, falei que estou com medo. Elas perguntaram se é medo desta nova etapa, mas não, é medo de deixar o Flamengo. É uma sensação que eu nunca vivi, então um medo que me deixa um pouco angustiado, ansioso. Mas tenho certeza que vou deixar a melhor impressão, de um garoto que entra em campo para dar seu melhor, que tem amor à camisa e que sempre foi feliz jogando no Flamengo”, declarou.
Paquetá passou mais da metade da vida no Flamengo, onde chegou ainda aos oito anos. Promovido aos profissionais em 2016, ganhou espaço aos poucos até se tornar a principal peça do time rubro-negro em boa parte da campanha do Campeonato Brasileiro deste ano. Depois desta longa trajetória, ele lida com a dor de deixar o clube que foi sua casa.
“Fica a gratidão ao Flamengo por me criar como homem, como profissional, por permitir que eu realizasse meus sonhos, meus objetivos. Gratidão sempre”, afirmou. “Saio com uma dorzinha por deixar a minha casa, mas com a certeza de que um dia voltarei”, completou.
Questionado sobre o principal momento desta trajetória, Paquetá lembrou do vice-campeonato da Copa Sul-Americana do ano passado, após perder a decisão para o Independiente. “Acho que a final da Sul-Americana foi um jogo muito marcante para mim. Não ficamos com o título, mas assumi a titularidade, acho que fui bem, a torcida apoiou do início aos fim. Me marcou muito.”
Sobre um momento para esquecer, no entanto, o jogador não escondeu o quanto remoeu o gol perdido no confronto decisivo contra o Palmeiras no Brasileirão deste ano, no empate por 1 a 1 que complicou a vida do Flamengo na briga pelo título.
“No dia seguinte ao lance do Palmeiras, não saí do quarto. É difícil, dói, fico triste. Era uma bola que podia mudar o campeonato. Mas também, quantas bolas que eu teria chutado para outro lugar e entraram? Procurei me aperfeiçoar depois e acredito nos planos de Deus”, afirmou.