O presidente do River Plate, Rodolfo D’Onofrio, eximiu o clube de qualquer culpa pelos ataques ao ônibus do Boca Juniors no último sábado, momentos antes do horário programado para a grande decisão da Libertadores. Para o dirigente, falhou o esquema de segurança definido pela prefeitura de Buenos Aires para escoltar o time visitante.
“O River não pode ser responsável pelo que acontece com um ônibus que leva o elenco pela cidade. Aconteceram coisas estranhas e a segurança não protegeu o Boca em nenhum momento, os deixou sozinhos”, considerou, em entrevista ao canal TN. “A segurança falhou em tudo. O erro de operação foi visível.”
No sábado, o ônibus do Boca Juniors se aproximava do Monumental de Núñez para a esperada decisão quando foi apedrejado por torcedores do River, deixando alguns jogadores feridos. Apesar de culpar o esquema policial pelo ocorrido, D’Onofrio indicou que os atletas também provocaram a torcida rival.
“Me disseram que os jogadores do Boca fizeram gestos de dentro do ônibus para a torcida do River. Quando voltamos do estádio do Boca, também quebraram nossos vidros. Isto acontece no futebol. É preciso tomar precauções e fechar as cortinas”, afirmou. “Talvez algum gesto tenha deixado algum torcedor alterado. Não justifica, mas é necessário cuidado.”
Pablo Pérez, volante e capitão do Boca, foi o mais prejudicado pelo ataque e teve ferimentos no olho e no braço. Diante das cenas de barbárie, a Conmebol chegou a alterar o horário da partida em duas oportunidades, antes que um acordo entre os clubes adiasse a partida para domingo.
No dia seguinte, no entanto, o Boca pediu para que a final fosse suspensa, alegando “desigualdade de condições”, já que provavelmente não poderia contar com Pérez e tinha o elenco ainda abalado pelos ataques, o que foi acatado pela Conmebol, que decidirá o futuro da final da Libertadores em reunião nesta terça. O time de La Bombonera ainda cobrou punição ao River e deixou claro que quer os pontos da partida, o que lhe daria o título.
D’Onofrio se mostrou muito irritado com esta atitude da diretoria rival, já que, segundo ele, o River acatou o adiamento da partida mediante a promessa do Boca de disputar normalmente a segunda partida no Monumental de Núñez.
“Firmamos um acordo e depois nos surpreendemos com o pedido do Boca. O River tem palavra. Vamos para a reunião para que definam uma nova data para jogarmos em nosso estádio, com nossa torcida”, afirmou. “Nos encontraremos com Daniel Angelici (presidente do Boca) e lhe perguntarei o que aconteceu desde que demos as mãos depois de firmar algo em absoluto Fair Play.”