No Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, comemorado no último domingo (25/11), a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório do número de casos registrados em 2017. De acordo com o documento, cerca de 50 mil mulheres são vítimas de feminicídio por ano. Os dados mostram que 137 mulheres são assassinadas a cada dia, sendo seis homicídios por hora. Na maioria dos casos, os companheiros, ex-maridos ou familiares são os responsáveis pela violência.
O relatório que foi elaborado pelo Escritório das Nações Unidas Contra a Droga e o Crime (Onudd), mostra que 58% dos casos registrados em 2017 foram cometidos por familiares. Segundo os dados, a casa é o lugar mais perigoso para as mulheres.
De acordo com levantamento feito pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSPGO), em Goiás, a média é de 8,5 execuções a cada 100 mil mulheres. Os dados levantados pela SSP no estado demonstram que o número de feminicídios cresceu 82%.
Os dados da secretaria mostram ainda números em comparação com o ano passado e o ano retrasado. Em 2016, foram registrados 17 casos de feminicídios. Ao comparar com o ano anterior, o número de casos registrados em 2017 mostram um aumento de 14 casos em relação a 2016.
Em Goiás o número de casos de feminicídio aumentou em comparação com o ano passado
Uma reportagem publicada pelo Portal Dia Online conta a história de 25 mulheres mortas esse ano em Goiás. Mas de acordo com dados da SSP o número é ainda maior. Até outubro de 2018 foram registrados em todo o estado 34 feminicídios e 46 tentativas.
O levantamento preocupa as autoridades, pois é maior do que o registrado no ano passado, quando 31 mulheres foram vítimas de feminicídio. Entre os casos registrados, no final do mês de agosto, em um período de 48 horas, quatro mulheres foram mortas pelos namorados ou ex-companheiros no estado.
No último dia (19/11) a Secretaria do Estado da Cidadania do Estado de Goiás (SECCIDADA) lançou a “Campanha 21 dias de Ativismo pelo fim da violência contra a Mulher”. Em entrevista à reportagem, o secretário Murilo Mendonça afirmou que “infelizmente a violência contra a mulher não depende apenas de um ato governamental, e para evitá-la é preciso mudar essa questão cultural, principalmente no Estado de Goiás”.
O secretário afirmou ainda que “é preciso introduzir esse debate de forma incisiva, para mudar essa situação principalmente no Estado de Goiás, para diminuir esse número vergonhoso de feminicídio e de violência contra a mulher.”