O economista Rubem Novaes, indicado pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, para assumir o comando do Banco do Brasil, afirmou nesta quinta-feira, 22, que braços da instituição financeira poderão ser privatizados. O plano seria fazer isso em etapas e por meio do mercado de capitais.
“Aquela fase de privatização em que você direcionava venda para determinados compradores está ultrapassada. A ideia é muito mais usar o mercado de capitais nas operações de privatizações. Não necessariamente serão privatizações totais. IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) e, numa segunda etapa, partir para privatização”, disse ao deixar o CCBB, em Brasília, onde a equipe de transição está reunida.
Novaes destacou, porém, que não há nenhuma decisão de privatizar o banco completamente. Segundo ele, as orientações de Guedes são no sentido de reduzir o papel do Estado, ganhar eficiência, enxugar e privatizar o que for possível. “Vamos buscar bons resultados e tornar o banco mais competitivo, mas de uma maneira enxuta.”
Sobre o caso Marka-FonteCindam – do qual foi réu no fim dos anos 1990 -, o economista frisou que foi absolvido e que o Ministério público não recorreu da absolvição. “Isso é quase como se fosse um arrependimento pela denúncia.”
Novaes foi diretor do Banco Marka. O caso Marka-FonteCindam começou com a desvalorização do real em 1999, quando os dois bancos perderam dinheiro ao apostar na manutenção do câmbio. O BC foi acusado de desviar dinheiro público ao ajudar as instituições, vendendo dólar a preços mais baixos que os vigentes.