A diretoria do Palmeiras quer abrir uma sindicância interna para apurar e conter o possível vazamento de documentos confidenciais do clube durante os dias finais da campanha para presidente. A eleição será no próximo sábado, dia 24. O Estado apurou que o atual mandatário, Mauricio Galiotte, e membros da gestão estão irritados com a circulação de dados e papéis restritos ao âmbito do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) em meio à reta final do Campeonato Brasileiro.
O órgão fiscal do clube é o responsável por avaliar e votar mensalmente a apreciação de contas, contratos e documentos da diretoria. Porém, segundo pessoas da atual gestão, membros desse conselho têm espalhado informações confidenciais e de acesso exclusivo do COF para sócios, opositores e veículos de comunicação, com o intuito de inflar a campanha política nos bastidores.
A reportagem entrou em contato com o Palmeiras, que afirmou que não se pronunciaria. Porém, uma fonte com participação na gestão confirmou o trabalho. “Estamos muito próximos de comprovar de onde os dados vazaram. Vamos tomar as medidas internas cabíveis”, disse. O presidente do COF, Carlos Afonso Della Monica, também foi procurado, mas não retornou o contato.
O COF e o presidente Galiotte estão em atrito desde o começo do ano. O órgão tem reprovado mês a mês a prestação de contas da gestão após a diretoria ter assinado com a Crefisa um contrato aditivo para regular a forma de contribuição na contratação de jogadores. O órgão fiscal entende que deveria ter sido consultado antes da alteração. Alguns “cofistas” chegaram a elaborar um documento para sugerir o cancelamento do novo acordo.
Aliados da gestão Galiotte entendem que a reprovação no COF é uma motivação política e ressaltam que em votação no Conselho Deliberativo, o novo contrato com a Crefisa foi aprovado. Dentro do clube, o COF é composto em grande parte por aliados do ex-presidente, Mustafá Contursi, atual crítico do mandatário.
Um membro do COF procurado pela reportagem disse não saber da sindicância pretendida pela diretoria e afirmou não existir motivação política nas reprovações das contas. “Estamos reprovando os balancetes por maioria. O balanço será submetido ao Conselho Deliberativo, que poderá rever de modo político a questão. Nós não podemos atuar de forma política”, explicou.