O presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, tem duas definições importantes nas próximas semanas. O desfecho do Campeonato Brasileiro se aproxima com a mesma intensidade da eleição no dia 24, quando o dirigente tentará se reeleger. Em entrevista exclusiva ao Estado nesta quarta-feira, ele detalhou planos sobre o possível novo mandato e disse já ter acordo para renovação com a patrocinadora do clube, a Crefisa.
Neste ano a empresa injetou R$ 78 milhões em patrocínio, valor que pode aumentar em caso de manutenção da parceria. O intuito é renovar por mais três temporadas.
A Crefisa tem contrato de patrocínio somente até fevereiro. Já existe acordo para renovar?
Se eu for eleito, dia 24, o contrato com a Crefisa será renovado por mais três anos. Não tratei ainda os detalhes do contrato. Mas posso afirmar ao torcedor que, se eleito, a Crefisa continuará no Palmeiras. Tudo o que eu puder fazer para a Crefisa ficar no Palmeiras, eu farei. Seja como presidente ou não. Temos que pensar no clube, na instituição. Temos que fazer o Palmeiras crescer. A Crefisa, para o projeto do Palmeiras, é extremamente importante e fundamental para objetivos ambiciosos.
Mas e se você perder a eleição para o Genaro Marino?
Aí é uma situação que não tenho como responder. Tudo o que puder fazer para a Crefisa ficar, eu farei. Se eu não for eleito, eu também farei. Temos que pensar no clube, na instituição. Ela é importante, fundamental para nossos objetivos audaciosos.
Trazer o Felipão foi o seu maior acerto?
Foi um grande acerto. Tivemos bons números até metade do ano, com o trabalho do Roger Machado, mas avaliamos que embora os números fossem positivos, em termos de performance, o grupo não tinha o perfil de um grupo vencedor. A gente queria mudar aquela atitude. Quando nós pensamos no Felipão, pensamos no histórico e currículo vencedores, identificação com o clube, história aqui dentro, um líder. Achamos que naquele momento era o perfil que o Palmeiras precisava. Contratamos o Felipão, e deu certo.
Ficou surpreso com a forma como ele voltou?
Ele me passou realmente que está muito satisfeito em estar aqui. No dia a dia ele tem passado muita alegria, otimismo, comprometimento. É muito identificado com o torcedor. Isso faz diferença. Quando o grupo tem um treinador de ponta, vencedor, que já esteve aqui e foi campeão, os jogadores, obviamente, têm um respeito, uma entrega, comprometimento. Isso está perceptível. Realmente o Palmeiras alavancou. Tivemos uma mudança de postura.
Como será o Palmeiras no próximo Campeonato Paulista?
O campeonato se tornou pequeno devido a tudo o que aconteceu naquele jogo da final. O Paulista virou um “Paulistinha” naquele momento. As pessoas influenciaram diretamente na partida. Eu não posso admitir que pisem na camisa do Palmeiras. Vamos tratar o Estadual de forma estratégica. Partida a partida vamos decidir, se vamos escalar garotos ou time mesclado. O Paulista é pequeno perto dos demais campeonatos que vamos participar. Vamos usar como um momento de preparação.
Ficou irritado com envelopamento do vestiário feito pelo Corinthians na final do Paulistão?
Eu diria que foi uma atitude absolutamente desnecessária. Não é o nosso perfil fazer algo igual, não agrega em nada.
O estado do gramado do Allianz Parque voltou a incomodar. Como acompanha essa questão?
O gramado após os shows é um motivo de preocupação, sem dúvida nenhuma. Essa é uma responsabilidade, por contrato, da WTorre, o nosso parceiro. O que a gente espera é que o Palmeiras possa entrar em campo e o gramado estar em ótimas condições. É para isso que a gente monta grandes equipes. Nosso posicionamento é que seja repensado esse tema para que o Palmeiras não tenha prejuízo técnico ao jogar no Allianz Parque. Por contrato temos que jogar na arena sempre que estiver disponível, mas o gramado tem de estar em condições de uso. Caso contrário, vamos ter que refletir e buscar alternativas.
Como está a negociação para a transmissão do Brasileiro de 2019?
Temos o acordo com a TV fechada resolvido. O Esporte Interativo tem autonomia de transferir os direitos do contrato com o Palmeiras para outros canais, como TNT e Space. Em relação à Globo (TV aberta e pay-per-vew), estamos tratando de defender os interesses do clube nas conversas. Sabemos do nosso potencial. Existem divergências sobre os números debatidos. Está em aberto.
Como está a relação do Palmeiras com FPF e Corinthians? Existe temor de retaliação?
Relação não existe. Desde que eu entendi que naquele momento o Palmeiras foi desrespeitado, prejudicado, então eu não tenho nenhum relacionamento com quem não tem respeito pelo Palmeiras. Em relação a ser prejudicado no campeonato regional, eu não tenho preocupação. As pessoas que administram o futebol que façam da maneira que acharem melhor. O Palmeiras vai se preparar, vai usar o campeonato como preparo para o ano, que nós temos competições muito maiores, com mais visibilidade, com maior importância e é isso que o Palmeiras vai focar. Em relação aos outros clubes o Palmeiras tem um bom relacionamento, institucional, com todas as equipes.
É possível que o time jogue com a garotada no Campeonato Paulista?
É possível, mas existem algumas limitações. Vamos tratar cada um dos jogos forma estratégica. A base do Palmeiras vive um dos melhores momentos de sua história do clube, tivemos em todas as finais do ano passado e neste ano se repete.
Já conversou com o diretor de futebol Alexandre Mattos sobre renovar?
O Alexandre Mattos é seguramente um dos melhores profissionais que atuam no futebol. O currículo dele responde isso. As equipes que ele monta são fortes, disputam títulos. Caso for eleito, minha ideia é renovar com ele, para que ele fique mais tempo no Palmeiras. Falei para ele que minha ideia é que fique. O Alexandre me passou uma expectativa parecida, gostaria de ficar conosco. Agora, temos de aguardar quem será o próximo presidente. Nossa ideia é renovar com o Mattos.