A venda de um Jackson Pollock (1912-1956) por US$ 55.437.500 (quase R$ 210 milhões), na terça-feira, pela Christie’s, em Nova York, pode sinalizar que o leilão da tela do pintor norte-americano do acervo do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio, Number 16, também será bem sucedido. Pintado no mesmo ano, 1950, o quadro do museu fará parte de um lote a ser leiloado nesta quinta-feira, 15, pela Phillips, outra casa de Nova York. A instituição carioca está em crise financeira e busca, com esses recursos, criar um fundo que a sustente.
A tela arrematada no leilão de terça-feira, Composition with Red Strokes, é, como Number 16, do período considerado o ápice da técnica do gotejamento de tinta de Pollock, que o celebrizou. Composition é um das destaque desta fase.
Ambos os trabalhos, de acordo com especialistas, personificam o estilo do artista e também do movimento do expressionismo abstrato. Composition é bem maior: tem 93 x 65,1 centímetros. Number 16, que foi doada ao MAM ainda nos anos 1950 pelo milionário Nelson Rockefeller, é um quadrado de 56,7 centímetros.
A expectativa é de que o valor pago por esta chegue a US$ 18 milhões (R$ 68 milhões). Em março, quando do anúncio do leilão, o MAM divulgou que esperava alcançar US$ 25 milhões (R$ 94,5 milhões). A venda foi criticada por parte do meio das artes visuais no Rio.
Aos 70 anos, o museu quer criar um fundo cujos rendimentos permitam sua sustentabilidade por pelo menos 30 anos, para melhorar sua infraestrutura e atualizar seu acervo de arte brasileira, seu foco maior.
O MAM também está mudando sua governança, para profissionalizar a gestão. O advogado, colecionador e atual conselheiro Paulo Vieira será o diretor de relações instituições; um diretor executivo deve ser anunciado nas próximas semanas.