O Centro Cultural Martim Cererê é um conhecido espaço da galera que curte a cena underground de Goiânia. Já faz algum tempo que o ambiente se tornou palco para diversos eventos que contemplam esse movimento. Foi ali que nasceram algumas das principais bandas goianas, que começaram tocando para pequenos públicos e hoje são reconhecidas em diversas regiões do país.
Embora seja um velho conhecido de festivais de rock, o centro cultural, que é vinculado à Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (Seduce), também recebe atividades artísticas nas áreas de música, dança, vídeo, cinema e teatro.
Localizado no Setor Sul, sem dúvida é um dos mais tradicionais pontos de encontro para o consumo de cultura na cidade. Foi inaugurado no finalzinho da década de 1980, originado de uma antiga área que é cercada de curiosas histórias. A verdade é que os moradores mais antigos de Goiânia sempre contam diferentes versões sobre o espaço, contemplando histórias que remontam à ditadura militar e, acredite, até mesmo a aparições de fantasmas.
Importância do Centro Cultural Martim Cererê
Composto por dois pequenos teatros chamados Yguá (em xavante, que dizer “lugar de guardar água”) e Pygua (caverna de água), por um Teatro Arena e também por um espaço ao ar livre e um bar, o Centro Cultural Martim Cererê funciona onde se encontravam as antigas caixas de água da Saneago. Na época, o então secretário de cultura Kleber Adorno, quis aproveitar o espaço que estava vazio para transformá-lo em um lugar destinado à manutenção da cultura e aberto para a comunidade.
Sua equipe deu vida ao projeto e o arquiteto Gustavo Veiga desenvolveu a ideia do centro cultural, transformando os antigos reservatórios de água em teatros, propondo ainda a instalação de outras áreas para receberem diversos eventos culturais.
Hoje, os principais objetivos do centro cultural tangem a formação de atores e o fomento da produção teatral, visando sempre a criatividade e as áreas das artes.
Os seguintes cursos são oferecidos no lugar: iniciação teatral, para crianças entre 10 a 14 anos; oficina teatral e oficina de mímica, para adolescentes acima de 15 anos e formação de atores, para pessoas que tenham o 1º grau completo. Os cursos sempre compreendem a teoria e a prática.
Histórias que o povo conta
Embora o Centro Cultural Martim Cererê tenha hoje grande importância para os goianienses, há suspeitas de que sua história tenha um lado sombrio e ecoe para tempos bem difíceis.
Segundo o que conta a tradição local, os antigos reservatórios de água, depois de já desativados, foram utilizados durante a ditadura militar no Brasil como instrumentos de tortura. Não existem fontes que confirmem a história, no entanto, diversas pessoas que na época moravam nos entornos do espaço, relatam que escutavam gritos horríveis e pedidos de socorro vindos do local.
A hipótese é de que os militantes que iam contra a ditadura e que acabavam sendo capturados, eram jogados dentro das caixas de água durante o frio, onde precisavam lidar com inúmeros ratos e tantos outros atos de tortura. Por outro lado, quando a história veio à tona, muitas autoridades negaram e confirmam que nada disso realmente aconteceu. Infelizmente, esse é um mistério que provavelmente nunca será confirmado ou negado mediante a provas.
Como se não bastasse, ainda existem histórias de fantasmas no Martim Cererê. Supostos relatos vindos de funcionários e visitantes do local, contam a visão de fantasmas perambulando pelos edifícios, que provavelmente pertenceriam às pessoas torturadas no local e que não sobreviveram.
E você, no que acredita? Bom, a questão é que agora, a função do Centro Cultural Martim Cererê é outra e vai muito além de oferecer cultura, mas também proporciona novas perspectivas de vida para pessoas da comunidade goianiense.