Um laudo da Polícia Civil (PC) chegou à conclusão que o acidente que matou três membros de uma mesma família que voltava de Caldas Novas, em Goiás, onde celebravam o aniversário da mãe, foi causado por uma jovem sem habilitação. O acidente aconteceu no município de Araguari (MG), no dia 7 de outubro. Apenas o pequeno Benjamin Monare, de 6 anos, sobreviveu.
Os corpos do casal e do outro filho, um menino de 8 anos, foram encontrados dois dias após o acidente, no dia 9/10. Benjamin, o único que sobreviveu, foi visto vagando no acostamento da BR-050, quando foi socorrido por pessoas que passavam no local.
A mulher, responsabilizada pelas mortes, vai ser indiciada por três homicídios qualificados: o de Alessandro Monare, de 37 anos, Belkis da Silva Miguel Monare, 35, e Samuel da Silva Miguel Monare, de 8.
Segundo o delegado Rodrigo Luís Fiorindo a um jornal local, o perito concluiu que no carro dirigido pela moça estavam outras duas jovens, que vinham de Uberlândia. A motorista, uma moça de 21 anos que não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH), não teve o nome divulgado.
Em depoimento à polícia, as mulheres contaram que antes do acidente, estavam em uma festa em Uberlândia e que passaram a noite consumindo bebidas alcoólicas. No local, também havia drogas ilícitas.
De acordo com o delegado, pela análise de imagens feitas na manhã do acidente, foi possível verificar que ambos os veículos estavam na pista da direita, mas o carro das mulheres passou a apresentar condução irregular, invadindo a outra pista. O delegado ainda conta que o motorista do carro da família deve ter tentado desvencilhar desse veículo, que dirigia de forma irregular e foi para a pista da esquerda para ultrapassar. Mas perto do quilômetro 45, a jovem invadiu a pista novamente, bateu no veículo e causou o acidente.
Por causa do impacto, o carro da família caiu em uma vala e só foi encontrado dois dias depois.
Uma testemunha relatou que viu o acidente e acionou a MGO Rodovias – concessionária responsável pela rodovia. A empresa declarou que prestou assistência, mas só encontrou um veículo. O delegado explicou que vários funcionários da MGO Rodovias foram ouvidos durante a investigação e que não ficou caracterizado dolo na omissão de socorro. Entretanto, ele conta que “será encaminhada uma cópia integral ao Ministério Público Federal (MPF), que ficará a cargo das medidas que julgar cabíveis em relação a possível crime administrativo em relação à segurança da via”, explicou.
Relembre a tragédia
No dia 7 de outubro deste ano, a família formada por Alessandro Monare, de 37 anos, Belkis da Silva Miguel Monare, 35, Samuel da Silva Miguel Monare, 8, e Benjamin da Silva Miguel Monare, 6 anos, voltava de Caldas Novas, passava pela BR-050, entre Uberlândia e Araguari, quando se envolveu no acidente de onde apenas o pequeno Benjamin escapou com vida.
No domingo, as vítimas, que moravam em Campinas (SP), informaram para parentes que retornariam para casa. Porém, perderam o contato durante a manhã.
Segundo informou o cabo Tomás à época, que atendeu a ocorrência do desaparecimento, amigos da família, que moram em Caldas Novas, não conseguiram se comunicar com eles e procuraram a Polícia Rodoviária Estadual de Araguari para registrar o fato. Disse ainda que parentes foram avisados e percorreram o trecho em busca do casal.
Os corpos só foram encontrados no dia 9 de outubro, dois dias depois. Na época, o único sobrevivente, Benjamin, foi levado para o Pronto Socorro do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU).