Nancy Pelosi poderá retornar como presidente da Câmara dos Representantes após a conquista da maioria na casa pelo partido, e afirmou que no cargo poderá “mostrar o poder do martelo”.
O cargo de presidente da Câmara de Representantes do Congresso é o terceiro mais importante do país, depois do de presidente e vice-presidente, e é um posto que Pelosi, de 78 anos, já ocupou entre 2007 e 2011. Pelosi foi apoiada pelo presidente americano, Donald Trump, em possível retorno ao cargo em um tuíte, em que o presidente afirmou que Pelosi “já ganhou essa grande honra” e ofereceu apoio a sua ascensão. “Se eles (democratas) lhe dificultarem, talvez acrescentemos alguns votos republicanos”, escreveu na rede.
Ela fez história ao se tornar a primeira mulher nessa posição, dificultando a vida do então presidente George W. Bush nos últimos anos de seu mandato.
O momento é marcado pela discussão sobre quem deve liderar os democratas na era Donald Trump. Candidatos do partido entraram na disputa motivados pela oposição à agenda do presidente e ao Partido Republicano. Como Pelosi desempenhou protagonizou anúncios de ataque do Partido Republicano contra democratas, vários membros do seu partido disseram que não votariam nela como líder. Alguns são dos distritos que Trump venceu em 2016 e veem Pelosi como muito liberal, enquanto outros, que representam interesses mais liberais, a acham muito disposta a se comprometer com a situação.
Os democratas da Câmara se reunirão a portas fechadas no final deste mês para eleger líderes partidários, e espera-se que Pelosi obtenha o maior número de votos na bancada. Para ser eleita presidente em janeiro, porém, precisa da maioria da Casa – 218 votos. A democrata reforçou a importância do presidente da Câmara e afirmou que no cargo iria “mostrar o poder do martelo.
De acordo com a professora Wendy Schiller, chefe do departamento de ciência política da Brown University, apesar de o legado de Pelosi ser um dos mais marcantes do século 21, a geração mais jovem “acha que não deve nada a ela”. Uma nova geração de representantes democratas, impulsionada pelo ativismo ressurgente, está se dirigindo aos corredores do Congresso. Isso significa que a mudança está chegando, independentemente de a Câmara abandonar o controle republicano. Trump mostrou interesse antecipado em trabalhar com Pelosi. Se a política que contribuiu na transformação da Califórnia de Ronald Reagan na sede da resistência Trump retornar como líder, é possível que corteje o apoio de Trump pelo compartilhamento de prioridades antes da eleição de 2020, como um pacote de infraestrutura ou preços de remédios mais baixos – o tipo de bipartidarismo que eleitores dizem que querem de Washington. No entanto, é esse tipo de abordagem no meio do caminho que arrisca alienar os democratas que não querem ter nada a ver com Trump.