Antônio Carlos Alencar Oliveira não consegue ver televisão desde que o filho, um adolescente de 17 anos, foi agredido a pauladas na última sexta-feira (2/10) quando torcedores do Vila Nova assistiria, a partir das 19h15 o Tigrão e o Paysandu, no Serra Dourada.
Ele havia acabado de sair de casa e se encontrou com amigos no Setor Vila Nova, às 17h25, quando o grupo foi surpreendido por homens em carros. Um jovem foi atropelado – veja vídeo abaixo.
Bairro tradicionalmente vilanovense, o Nova Vila é um dos pontos de encontros de torcedores que encontram para seguir para o Serra Dourada. Foi o que planejava dois dos filhos de Antônio Carlos.
O mais novo, de 14 anos, escaparia ileso a um ataque. O mais velho, de 17, não. “Eles não andaram nem 300 metros. Fui avisado o que aconteceu e encontrei meu filho caído, sangrando muito. O mais novo estava em choque. Entrei na ambulância e fui com ele para o hospital.”
O pai conta que o filho tinha apenas uma reação: “ele revirava os olhos”. O jovem assumiu o papel de um irmão que morreu aos 18 anos com leucemia há cinco anos. “Ele era o mais velho de quatro filhos. Não posso perder ele porque Deus já levou um. Não sei o que vou fazer”, diz ao Portal Dia Online.
Enquanto uma vizinha consola a mãe do adolescente, o pai reclama do assédio de vizinhos e da imprensa. “Não estou conseguindo trabalhar”, conta ele que é vendedor de passagens de turismo nas imediações da Rodoviária de Goiânia.
Sobre os irmãos do rapaz, Antônio resume: “Tudo triste os bichinho, cabeça baixa, sem querer assistir televisão. Estamos esperando qualquer notícia”, conclui, quase chorando.
Logo depois, ele se lembra de quando chegou ao bairro. “Estou há 18 anos aqui. Meu filho tinha um ano e pouquinho. Chegou engatinhando. Ele só pensava em jogo e trabalhar tanto que neste ano ele foi em quase todos os jogos do Vila.