O adeus à Copa Libertadores levará o Palmeiras a se preocupar mais com outra disputa. O clima de eleição para presidente do clube – marcada para o próximo dia 24 – começa a se intensificar, movido também pelo tropeço mais recente do time. A eliminação diante do Boca Juniors na última quarta-feira acabou por virar munição para críticas contra a atual gestão.
No final do mês, os associados vão decidir se mantém no cargo para mais três anos de mandato o presidente Mauricio Galiotte ou se apostam no candidato da oposição, Genaro Marino Neto, antigo aliado do atual mandatário. O ambiente político do Palmeiras começou a ficar mais movimentado a partir do último dia 15. Na ocasião foi realizada a aprovação das duas chapas para a eleição e dada a largada para o pleito.
A queda diante do Boca Juniors acabou por virar mais um ingrediente dessa disputa. Membros da oposição pretendem questionar Galiotte sobre o resultado. Conselheiros ouvidos pelo jornal O Estado de S.Paulo avaliam que mesmo após anos seguidos de investimentos elevados e contratações de peso, a equipe demonstra deficiência no planejamento do elenco e falha nas horas decisivas.
Os opositores de Galiotte fizeram as mesmas reclamações em ocasiões anteriores, como depois do vice no Campeonato Paulista deste ano. Os apoiadores do presidente defendem a gestão, principalmente pelos resultados financeiros, como o superávit de R$ 57 milhões no último ano.
Galiotte está no cargo desde o começo de 2017, quando sucedeu Paulo Nobre. A chapa de oposição acabou formada por antigos vices do atual presidente, que romperam o apoio. Genaro era um deles e conta agora com os três outros colegas que formavam a gestão, mas mudaram de posição: Antonino Jesse Ribeiro, José Carlos Tomaselli e Victor Fruges.
ALIADOS – O panorama eleitoral do Palmeiras tem figuras marcantes como apoiadores dos candidatos. Galiotte conta com a empresária Leila Pereira, proprietária da Crefisa, como grande aliada. Genaro tem ao lado os ex-presidentes Paulo Nobre e Mustafá Contursi, que no passado já estiveram juntos com Galiotte.
A disputa eleitoral teve prévias no clube com votações no Conselho Deliberativo. Na mais disputada delas, o atual presidente conseguiu aprovar a mudança no estatuto sobre o tempo de mandato. Quem ganhar a eleição será empossado para três anos de gestão – o mandato anterior era de dois.
Galiotte conseguiu no órgão outra vitória em agosto em uma votação sobre a alteração do contrato com a Crefisa. Os aditivos foram aprovados por 80% dos presentes. As mudanças no acordo com a empresa foram levadas à apreciação após terem sido seguidamente reprovadas nas reuniões mensais do órgão fiscal do clube. As negativas representam uma forma de perseguição política, segundo aliados do atual presidente.