Eles têm cerca de 6cm e podem caber em caixas de fósforos, conforme conta ao Portal Dia Online, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de Goiás, Maxsuell Miranda das Neves. “Com este novo tipo de celular, vai ter que mudar a forma de evitar a entrada dos aparelhos nos presídios. Ele é imperceptível”, disse.
Os aparelhos são importados da China e do Paraguai por meio do contrabando que passam pelas rodovias goianas. Um aparelho desses, com entrada para os mesmos chips e carregadores tradicionais, para chegar às mãos de um preso pode custar em média 2 mil reais. “Não fica barato um preso conseguir um celular. Ele precisa corromper servidores, advogados e familiares. Fora o valor do aparelho”, comenta Maxsuell.
Além da facilidade de o celular entrar nos presídios, os presos podem escondê-lo com mais facilidade. “Eles escondem em buracos, entre as camas, em qualquer lugar. Eles ainda são indetectáveis porque são produzidos com fibra de carbono”, destaca Maxsuell.
Superintendente de Segurança Penitenciária da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), Jonathan Marques, explica que uma dificuldade é a revista humanitária, que não permite a revista vexatória, com agachamentos, por exemplo. “Mesmo assim, temos detector de metal e os scanners que conseguem flagrar algumas coisas”, conta,
Marques conta que uma mulher foi flagrada com um Iphone J7 nas partes íntimas. “Imagine um mini-celular…”, sugere. Para ele, estes celulares foram produzidos justamente para facilitar a entrada em locais proibidos e que facilitariam seu esconderijo.
O Ministério Público solicitou que não exista mais tomadas nas cadeias de Formosa para evitar que celulares sejam recarregados. “É uma boa medida porque evita que o crime organizado aja de dentro das cadeias porque acreditamos que grande parte da criminalidade passa pelo sistema prisional, por meio de recados e telefonemas ilegais. Consideramos também a sucessão do crime, que é quando a família inteira se envolve no crime por conta do tráfico de drogas”, conta.
Drogas em marmitas e buraco para fugas
Durante a entrega de marmitas na Central de Triagem de Aparecida de Goiânia na quarta-feira (31/10), os servidores Irleone Rodrigues e Francisco Inaldo viram um pequeno embrulho na parte externa perto do estepe do caminhão de entrega. Os dois perceberam que o embrulho tinha maconha. Nem o motorista, nem os três ajudantes assumiram a droga.
Os quatro foram levaram para o 1º Distrito Policial (DP) de Aparecida de Goiânia, mas foram liberados antes dos servidores que os levaram após o flagrante.
Também na quarta-feira, agentes prisionais evitaram um fuga no Centro de Inserção Social de Luziânia. Os plantonistas faziam uma revista estrutural de rotina nas celas quando depararam com um saco com pedaços de concreto. Os presos estavam retirando o piso do banheiro usando uma barra de ferro.
Leia nota completa sobre os celulares em cadeias goianas
“Sobre os novos celulares que chegaram ao mercado nacional e que, por suas características peculiares como tamanho e pouco metal na estrutura, dificultam as revistas nas unidades prisionais, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informa que em face da dificuldade de detecção desse equipamento por parte de detectores de metal, tem focado nos serviços de inteligência e na ação dos agentes de plantão para evitar a entrada indevida dos aparelhos nos presídios.
A DGAP entende que a solução do problema passa pela aprovação de projetos de leis, já em tramitação no Congresso Nacional, que tratam da necessidade das operadoras de telefonia celular serem obrigadas a bloquear os sinais nas imediações dos presídios brasileiros.
Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP)”