O candidato do PSDB ao governo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, reiterou na manhã deste domingo, 28, em entrevista à rádio Gaúcha, em Porto Alegre, sua convicção contrária à reeleição. “Não acredito na reeleição no sistema político brasileiro. É um problema, porque a negociação de alianças acaba acontecendo dentro do gabinete oficial de quem está governando. Dessa forma, o segundo mandato se torna muito mais rendido a alianças políticas e composições em função de conveniência eleitoral, do que realmente por um alinhamento de projetos”, defendeu, ao explicar os motivos de não ter concorrido à reeleição pela prefeitura de Pelotas, município na região Sul do Estado. “Não concorri por convicção pessoal. É uma demonstração de desapego ao poder”, completou Leite.
Questionado se assume desde o princípio o compromisso de não concorrer a reeleição, o candidato não respondeu diretamente, mas se disse comprometido em colaborar para o surgimento de novas lideranças para darem prosseguimento ao projeto e que não entrará no Palácio Piratini com expectativa de reeleição. “O importante é dar continuidade da mesma linha programática, não de governo como figura, para dar segurança aos investidores”, justificou. Leite comparou ainda o processo sucessório nas gestões públicas ao da iniciativa privada. “Quatro anos não são suficientes, mas oito anos também não são suficientes para mudar absolutamente tudo. Se terá de acontecer sucessão em 8 anos, qual o problema de antecipá-la? Quatro anos não são quatro meses, muita coisa dá para ser feita. Confio que faremos uma grande diferença no Estado em quatro anos, que não precisaremos de oito anos para que as pessoas percebam mudanças reais na suas vidas”, completou.
Caso não seja eleito, Leite afirmou que vai colaborar pela unidade em torno de um projeto para o Rio Grande do Sul superar suas dificuldades e vencer a lógica história de conflitos entre oposição e governo. “Nosso propósito não é apenas unir o Estado, é unir o Estado em torno de um projeto”, defendeu.
A respeito da plataforma de governo, Leite reiterou propostas de reestruturação da máquina pública para contenção de gastos, redução do comprometimento das receitas com despesas e privatização de entidades e empresas públicas. “Minha grande preocupação é construir um consenso estratégico com toda a sociedade para que o Estado possa superar e vencer seus desafios e voltar a ser atrativo para investidores e gerar desenvolvimento”, ressaltou.
O candidato criticou ainda a “competição” entre gestores quanto ao número de secretarias extintas, em meio a uma grave crise financeira e fiscal do estado gaúcho, embora defenda uma administração adequada às políticas públicas essenciais. Quanto ao critério para formação de equipe, o tucano afirmou que irá buscar a complementaridade entre perfil de qualidade técnica e atuação política. Entretanto, Leite não quis comentar sobre possíveis nomes de um eventual governo sob seu comando. “Não posso repartir espaços em governo que não existe. Primeiro, precisamos ganhar eleição”,argumentou.
Se eleito, Eduardo Leite será um dos governadores mais jovens da história recente do País com 33 anos. Ponto este que foi explorado como negativo pelos seus adversários no pleito eleitoral. “Experiência não se ganha fazendo aniversário. Me sinto absolutamente preparado. Sei que o desafio é grande. Sei do atual quadro fiscal do estado e dos problemas a serem resolvidos, mas acredito na capacidade de liderar um grupo maior para enfrentar e vencer os problemas do Estado”, respondeu. Ao avaliar o processo eleitoral, Leite se disse satisfeito com o trabalho de sua coligação “Fizemos uma campanha limpa e transparente, convictos no nosso projeto”, enfatizou.