A transsexual Renata Vermont, de 24 anos, conseguiu escapar da Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) pelo menos quatro vez até ser presa há duas semanas em São Paulo. Ela é a autora do assassinato de Vilmony Mendes Queiroz, com uma facada no tórax no dia do aniversário dele de 33 anos. O crime ocorreu há quatro anos.
Os dois brigaram durante a noite de um domingo, 8 de junho de 2014, por causa de um esbarrão. Renata, que trabalhava como garota de programa em São Paulo, foi apresentada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (24) .
Thainara Pugas, amigo de Vilmony, relembra do caso emocionada. “O corpo dele foi arrastado para fora da boate. Um absurdo”, conta. “Ele não era uma pessoa comum. Faz muita falta mesmo porque era muito engraçado, comunicativo, alto astral”, lembra.
Para ela, a prisão da autora do crime é um alívio. “Enquanto ele estava solto, ficava uma sensação ruim”, diz Thainara.
Conforme o delegado Hellyton Carvalho contou ao Portal Dia Online, a transexual era conhecida também pelos apelidos Renatinha Loira, Kimberlly Watts e Karina Best.
A trans foi presa em Araraquara (SP) e , posteriormente, trazida para a Delegacia de Capturas de Goiânia na última terça-feira (23/10). Na próxima quinta-feira (25/10), ela vai ser encaminhada para a Casa de Prisão Provisória (CPP).
“A gente nunca esquecia o caso e, por isso, íamos monitorando a autora do crime, que chegou a passar por vários estado. Mas, finalmente, depois de monitoramento, conseguimos prendê-la com a ajuda da Polícia Civil de São Paulo, que cumpriu o mandado de prisão preventiva que havia sido expedido”, diz o delegado, que informou que ela não resistiu à prisão. “Ela agiu tranquilamente”, destacou.
Transsexual matou por causa de brincadeira
Raniere de Jesus Ramos de Oliveira, de 25 anos, não consegue esquecer o amigo que estava feliz pelo dia do aniversário. “Eu não queria ir naquela boate, mas ele fazia questão e acabou morrendo porque havia brincado com a travesti”, conta e continua: “Ele deu um tapa na bunda dela e os dois começaram a brigar. Eu e outros dois amigos separamos na hora e até ríamos. A gente achou que ia ficar por isso mesmo, uma briga besta.””
Logo depois, Vilmony foi comprar mais bebida e Raniere reencontrou um amigo. “Ele comprou mais bebida, dançamos. Eu reencontrei um cara e me separei dele, depois minha amiga me puxou, dizendo que o Vilmony morreu. Algumas pessoas viram que os segurança jogaram o corpo do meu amigo lá fora”, lembra, emocionado.
“Ele frequentava minha casa e trabalhávamos juntos. Era muito brincalhão”, complementa Raniere.
Renata Vermont passou por Brasília, Curitiba e Bauru (SP), antes de ser encontrada. Se condenada, a pena pode chegar a 30 anos.