Parte da celebração do centenário da Bauhaus (1919-1933), a exposição itinerante bauhaus imaginista, uma produção conjunta da Bauhaus Cooperation, do Goethe Institut e da Haus der Kulturen der Welt abre em São Paulo nesta quinta-feira, 25, no Sesc Pompeia.
Após passar pelo China Design Museum, de Hangzou, e pelo The National Museum of Design, de Kyoto, a mostra dividida em quatro capítulos chega ao espaço de Lina Bo Bardi, sob o intertítulo Aprendizados Recíprocos e apresenta 300 trabalhos de 30 artistas diferentes. De caráter documental, a exposição foi montada a partir da pesquisa dos curadores Marion von Osten e Grant Watson e atenta para o fato da biblioteca da Bauhaus ter tido um grande número de livros sobre culturas pré-modernas e vernaculares. Além de vasculhar o interesse da escola alemã por tais temas, ela também olha para escolas ao redor do mundo influenciadas pelo que foi feito na Alemanha, entre elas, o IAC – Instituto de Arte Contemporânea do Masp e primeira instituição voltada para o ensino de design no Brasil.
“Nesta etapa, estamos interessados em descobrir como todas as pessoas ao redor da Bauhaus estavam o tempo inteiro voltadas para essas culturas tradicionais tanto durante o período da escola, como depois dela”, explica Luiza Proença, curadora adjunta da etapa brasileira da exposição.
Fechada pelos nazistas em 1933 por ser considerada muito comunista e deixada de lado pelos russos por sua vertente capitalista, a Bauhaus teve um de seus melhores momentos após seu encerramento na Alemanha, graças à mudança de seus principais mestres para os Estados Unidos e sua continuação no Institute of Design de Chicago, em Harvard, Yale e no Black Mountain College. Ao mesmo tempo que isto trouxe um reconhecimento universal para o trabalho realizado entre 1919 e 1933, fez com que ela se tornasse um produto estético fechado em si mesmo.
Longe de reducionismos voltados à sua produção de móveis de aço tubular, ou a temas batidos como a sua teoria das cores ou arquitetura racionalista, este centenário promete trazer novos paradigmas. “Uma das grandes crises da Bauhaus é o fato dela ter virado um cânone. Buscamos olhar para aquilo que eles estavam se alimentando e o que sempre esteve na base desse pensamento, algo tão fácil de identificar”, completa Proença.
Além da bauhaus imaginista, a celebração do centenário ainda conta com a abertura de dois novos museus nas cidades de Weimar e Dessau, com abertura prevista para 2019 e acontece também a renovação completa do Bauhaus-Archiv, de Berlim – fechado em maio deste ano e reabre em 2020 – ao lado do MoMA, de Nova York, apresenta a maior quantidade de itens e documentos originais da escola em seu arquivo. Esses novos prédios levam projetos arquitetônicos assinados por Heike Hanada (Weimar) e o aclamado Gonzalez Hinz Zabala (Dessau) e abrigarão parte do espólio remanescente da escola e até então, permaneciam guardados por falta condições técnicas museológicas nos prédios históricos de ambas cidades (hoje tombados pela Unesco, o que impossibilita situações expositivas e climáticas ideais).
BAUHAUS IMAGINISTA: APRENDIZADOS RECÍPROCOS
Sesc Pompeia. R. Clélia, 93, 3871-7700. 3ª a 6ª, 10h/ 21h30; sáb., dom. e fer., 10h/18h. Grátis.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.