Em uma das melhores corridas da temporada, a definição do título do Mundial de Pilotos da Fórmula 1 a favor de Lewis Hamilton foi adiada. Neste domingo, no GP dos Estados Unidos, o inglês da Mercedes não se aproveitou de um vacilo do alemão Sebastian Vettel na primeira volta e terminou a prova no Circuito das Américas apenas na terceira colocação. Precisava que o rival da Ferrari chegasse no máximo em sétimo, mas isso não aconteceu – ficou em quarto. O penta ficou para o México, no domingo que vem.
O triunfo em Austin foi do finlandês Kimi Raikkonen, da Ferrari, que voltou a vencer uma corrida depois de 113 provas – a última havia sido na Austrália, em 2013 – e se tornou o maior ganhador de seu país ao chegar a 21 vitórias e ultrapassar Mika Hakkinen. Já o segundo lugar do pódio ficou para o holandês Max Verstappen, que mais uma vez teve que fazer uma prova de recuperação depois de ter largado da 18.ª colocação.
Agora com 346 pontos, Hamilton abriu mais três para Vettel e a diferença chega a 70. Faltam apenas mais três corridas para o final da temporada – ou seja, 75 pontos em disputa – e o piloto da Mercedes está ainda mais perto da conquista do penta na Fórmula 1. No domingo que vem, no circuito Hermanos Rodríguez, na Cidade do México, precisará no mínimo de um sétimo lugar para ser campeão sem depender do resultado do rival alemão.
A corrida começou de forma emocionante. Logo na primeira volta, Kimi Räikkönen fez o seu jogo e tomou a dianteira que era de Hamilton na primeira curva. Vettel saiu em quinto e tentou ganhar posição. Ultrapassou o australiano Daniel Ricciardo e tentou não levar o troco. Os dois se tocaram, fazendo com que o vice-líder do campeonato rodasse e caísse para o 14.º posto. Caminho aberto para o inglês da Mercedes conquistar o título antecipado.
Lá atrás, aproveitando uma batida envolvendo quatro pilotos – Charles Leclerc, Fernando Alonso, Romain Grosjean e Lance Stroll -, Verstappen ganhou nada menos que nove posições apenas na primeira volta e foi se aproximando dos primeiros colocados aos poucos. No rádio da McLaren, Alonso reclamou sobre ser “impossível correr com esses caras”.
Na 11.ª volta, a prova teve mais um momento de emoção com o abandono de Ricciardo. A sua Red Bull ficou em posição perigosa e o “safety car” virtual entrou em cena. Hamilton aproveitou a janela abrir e entrou nos boxes para trocar os pneus supermacios pelos macios. Como o pelotão ainda estava em velocidade 60% menor que o normal, conseguiu perder apenas a posição do companheiro Valtteri Bottas.
Com pneus novos, Hamilton passou Bottas por decisão da equipe e retomou a segunda colocação. A esta altura, Vettel já estava em quinto, mas com dificuldades para ultrapassar Verstappen. Precisava de mais para evitar o título do inglês. Já Raikkonen precisou trocar seus pneus na 19.ª volta e aí quem se aproveitou foi Hamilton, que assumiu a liderança.
Quanto todos pensaram que a estratégia da parada antecipada do inglês seria decisiva, bolhas no pneu traseiro direito de Hamilton o obrigaram a parar na 36.ª volta, fazendo com que Raikkonen retomasse a liderança e Verstappen assumisse a segunda colocação. Já Vettel continuava em quinto, bem longe dos três primeiros, e tentando pelo menos ultrapassar Bottas.
O melhor da corrida aconteceu a partir de 10 voltas para o final. Enquanto Verstappen encostava em Raikkonen, Hamilton se aproximava de ambos – o holandês estava somente 1s9 atrás do finlandês e 1s4 na frente do inglês. Os três chegaram quase que juntos ao retardatário sueco Marcus Ericsson, que atrapalhou o piloto da Ferrari ao demorar para abrir espaço.
A três volta para a bandeirada final, Hamilton se aproximou de Verstappen, que errou em uma curva, e atacou. O holandês se defendeu o quanto deu e o inglês errou; acabou na área de escape. Quase que ao mesmo tempo, Vettel deu o bote em Bottas e assumiu o quarto lugar. Fim das esperanças de título para o piloto da Mercedes e festa para Raikkonen e para a Ferrari nos Estados Unidos.
Confira a classificação final do GP dos Estados Unidos:
1.º – Kimi Räikkönen (FIN/Ferrari) – em 1h34min18s643, após 56 voltas
2.º – Max Verstappen (HOL/Red Bull) – a 1s281
3.º – Lewis Hamilton (ING/Mercedes) – a 2s342
4.º – Sebastian Vettel (ALE/Ferrari) – a 18s222
5.º – Valtteri Bottas (FIN/Mercedes) – a 24s744
6.º – Nico Hülkenberg (ALE/Renault) – a 1min27s210
7.º – Carlos Sainz Jr (ESP/Renault) – a 1min34s994
8.º – Esteban Ocon (FRA/Force India) – a 1min39s288
9.º – Kevin Magnussen (DIN/Haas) – a 1min40s657
10.º – Sergio Pérez (MEX/Force India) – a 1min41s080
11.º – Brendon Hartley (NZL/Toro Rosso) – a 1 volta
12.º – Marcus Ericsson (SUE/Sauber) – a 1 volta
13.º – Stoffel Vandoorne (BEL/McLaren) – a 1 volta
14.º – Pierre Gasly (FRA/Toro Rosso) – a 1 volta
15.º – Sergey Sirotkin (RUS/Williams) – a 1 volta
16.º – Lance Stroll (CAN/Williams) – a 2 voltas
Não completaram a prova:
Fernando Alonso (ESP/McLaren)
Romain Grosjean (FRA/Haas)
Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull)
Charles Leclerc (MON/Sauber)