Mais de duas semanas após o desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi, a Arábia Saudita admitiu que o crítico do regime que escrevia para o jornal The Washington Post morreu dentro do consulado saudita em Istambul, na Turquia.
Em comunicado, os sauditas imputam a morte de Khashoggi a uma “luta”, mas não trazem informações sobre o estado do corpo após a morte. As autoridades afirmam ainda que 18 suspeitos de envolvimento foram presos e que oficiais de inteligência foram demitidos. O rei saudita, Salman bin Abdulaziz, ordenou a reestruturação do serviço de inteligência e a formação de um comitê, sob o comando e supervisão do príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman.
A crescente pressão internacional e comentários do governo norte-americano, inclusive do presidente Donald Trump, forçaram que a Arábia Saudita reconhecesse a morte do jornalista.
Khashoggi desapareceu há mais de duas semanas, após visitar o consulado da Arábia Saudita na capital turca para tratar de documentações para seu casamento. Autoridades turcas disseram ter gravações comprovando que o jornalista teria sido assassinado e desmembrado por agentes sauditas dentro do consulado, mas o reino saudita taxou as afirmações como “sem fundamento”, embora não tenha oferecido evidências de que Khashoggi teria deixado o consulado.
Em declaração ontem à noite, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, afirma que os Estados Unidos seguirão de perto as investigações em torno da morte de Khashoggi e defenderão a justiça “oportuna, transparente e de acordo com o processo”.
Já o presidente norte-americano, Donald Trump, declarou que o anúncio saudita foi um “bom primeiro passo”, mas observou que o episódio é “inaceitável”. Trump afirmou ainda que trabalhará em uma resposta ao caso junto ao Congresso. Fonte: Associated Press.