Depois de realizar a abertura dos Jogos Olímpicos da Juventude no coração de Buenos Aires, em uma cerimônia ao ar livre, na rua e aberta ao público, o encerramento da competição nesta quinta-feira foi feito na área internacional da Vila Olímpica, em um evento restrito a credenciados e que durou cerca de 45 minutos.
Desde o início, a intenção foi realizar Jogo mais baratos e o corte de gastos chegou nas cerimônias cheias de efeitos especiais e com muito requinte. Mas a despedida da Olimpíada da Juventude manteve o bom gosto da abertura e contou com danças acrobáticas, atrações musicais e nos telões foram mostradas imagens da competição em Buenos Aires.
As delegações estavam presentes e o medalhista de ouro Keno Marley, do boxe, foi escolhido para ser o porta-bandeira do Time Brasil na despedida. “É uma justa homenagem a este atleta que conquistou o primeiro ouro do Brasil em Buenos Aires e representou muito bem o país na competição”, disse Sebastian Pereira, chefe da missão brasileira.
O Hino Olímpico foi tocado, com a presença de Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI). Ao fim, o Comitê Organizador dos Jogos da Juventude fez a transição para a próxima sede, Dacar, no Senegal, que receberá a competição em 2022, quando pela primeira vez na história o continente africano sediará um evento olímpico. Logo depois, os telões mostraram a chama olímpica sendo apagada e a festa se encerrou com uma bela queima de fogos de artifício.
Na avaliação dos Jogos da Juventude, Bach afirmou que Buenos Aires superou as expectativas e considerou que a cidade da Argentina tem condições de no futuro pleitear ser sede dos Jogos Olímpicos – a competição em 2020 será em Tóquio, em 2024 em Paris e em 2028 em Los Angeles.
“Sinceramente, não esperávamos ter tanto sucesso nesse evento. Queríamos que fosse mais urbano, com mais participação feminina, mas a atmosfera, a qualidade da Vila Olímpica e os espectadores, em todos os sentidos, superaram amplamente as nossas expectativas”, comentou o dirigente.
Segundo dados do Comitê Organizador, quase um milhão de pessoas estiveram presentes nas arenas esportivas para todo tipo de modalidade, incluindo o break, uma dança que estreou no programa. Não houve venda de ingressos, apenas a distribuição de 600 mil passes olímpicos, que davam direito a assistir aos Jogos.
Apesar das longas filas, os torcedores esperavam com paciência vagar algum lugar para entrar nas arenas. Bach ressaltou também o papel dos voluntários, que tiveram participação importante para lidar com o público e dentro das arenas esportivas. “Eles foram os grandes embaixadores da Argentina e dos valores olímpicos”, explicou.
Ao final do evento, o povo argentino espera agora que os Jogos da Juventude deixem um legado para o país. O Parque Olímpico foi construído em uma área degradada da cidade, em um bairro pobre, e a expectativa é que o cotidiano das pessoas melhore. O espaço esportivo será usado como centro de treinamento para as equipes olímpicas da Argentina.
Já a Vila Olímpica, com seus mais de mil apartamentos, se transformará em um empreendimento para a população de baixa renda, que poderá comprar sua residência com prestações de longo prazo. A intenção, neste caso, foi deixar um legado habitacional para uma região afastada do centro da cidade.