Primeiro técnico bicampeão consecutivo da Copa do Brasil, Mano Menezes fez um desabafo ao fim da vitória do Cruzeiro sobre o Corinthians por 2 a 1, na noite desta quarta-feira, em Itaquera. O treinador pediu respeito ao seu estilo de jogo defensivo, tantas vezes criticado por torcedores e rivais.
“Agora, o pessoal vai ter um pouquinho de tolerância agora com minha maneira defensiva de jogar. Há outras maneiras, eu respeito, mas tenho minhas convicções”, afirmou o técnico. “Mas eu não abro a mão de atacar quando surge a oportunidade. Eu quero que o time funcione bem.”
Com a conquista, Mano obteve feito inédito na história da Copa do Brasil. Em 30 anos de existência do torneio, ele se tornou o primeiro treinador a ganhar o título por dois anos consecutivos. “Eu não abro a mão de atacar quando surge a oportunidade”, destacou o técnico.
Para as finais da Copa do Brasil, o técnico surpreendeu ao tomar decisões inesperadas, como sacar Lucas Silva do primeiro jogo e improvisar Lucas Romero na lateral-direita, ao invés de escalar Marcelo Hermes, jogador de ofício da posição – Egídio cumpriu suspensão nesta quarta.
“A vida do técnico é tomada de decisão o tempo inteiro. É um momento solitário. Você não pode transferir para ninguém”, disse Mano, que ainda contou com o rápido retorno do uruguaio Arrascaeta, que estava com sua seleção no Japão. Ele passou 25 horas em uma viagem para chegar a tempo de defender o Cruzeiro nesta quarta.
O meia entrou em campo no segundo tempo e fez valer a pena o investimento do time, que gastou cerca de R$ 60 mil para pagar passagem de primeira classe para o atleta. Ele marcou o segundo e decisivo gol da finalíssima.
“Tinha ainda essa questão de se o Arrascaeta vai esperar ou não para entrar. Se tiramos o Lucas Silva e colocamos o Ariel Cabral no primeiro jogo para tentar ser mais ofensivo. E você não pode se omitir nesta hora. Esse é o momento do técnico de ponta, de fazer o que acredita.”