O Equador ordenou formalmente a Julian Assange, fundador do WikiLeaks que se refugiou na embaixada equatoriana em Londres mais de seis anos atrás, que evite tópicos que possam prejudicar seus interesses diplomáticos se ele quiser voltar a acessar à internet, de acordo com um memorando publicado em uma mídia local nesta segunda-feira, 15. O país restaurou parcialmente o acesso à internet de Assange, suspenso desde março, segundo informações do WikiLeaks e de um advogado de Assange no domingo, 14.
O memorando de nove páginas publicado pelo site equatoriano Codigo Vidrio disse que Assange está proibido de “interferir nos assuntos internos de outros países” ou de atividades “que poderiam prejudicar as boas relações do Equador com outros países”.
Não há indicação de que Assange tenha assinado o memorando.
A tensão tem sido longa entre Assange e seus anfitriões, especialmente depois que o ex-hacker australiano começou a aplaudir os separatistas catalães na Espanha no ano passado. Em março, o Equador anunciou que estava restringindo o acesso de Assange à internet.
No domingo, o WikiLeaks disse que Assange seria reconectado à internet, mas não está claro se a medida estava condicionada a concordar com as condições do Equador.
O memorando regula principalmente questões de segurança e comunicação, mas fala sobre outros embaraços de Assange na embaixada. Por exemplo, o documento ordenou que Assange mantivesse o banheiro limpo e avisou que seu gato de estimação seria confiscado e levado para um abrigo se ele não fosse cuidado.
Assange se refugiou na Embaixada do Equador para evitar a extradição para a Suécia, onde enfrenta alegações de crimes sexuais.