O Santos soube aproveitar a fragilidade e o fato do Corinthians estar com a cabeça longe para derrotar o rival neste sábado por 1 a 0, com gol de Gabriel, passar a ter maior ambição no Campeonato Brasileiro e deixar o adversário em uma situação que pode se tornar delicada, dependendo dos resultados. Como esperado, Jair Ventura apostou em um time quase todo reserva, pensando na Copa do Brasil, e a opção custou caro.
Foi o quarto jogo consecutivo do Corinthians sem marcar gols. Algo preocupante para a equipe, que na quarta-feira precisa vencer o Cruzeiro para conquistar o título da Copa do Brasil. No Brasileirão, são 35 pontos, em 11.º. Já o Santos conquistou a terceira vitória consecutiva, chegou a 42 pontos, em sétimo, afastou definitivamente o fantasma do rebaixamento e passou a sonhar com objetivos maiores.
Os dois treinadores apresentaram novidades na escalação. A expectativa no lado santista era pela presença de Derlis González entre os titulares, mas Cuca decidiu optar por Arthur Gomes ao lado de Bruno Henrique e Gabriel no ataque. Já Jair Ventura resolveu improvisar Léo Santos na lateral e não Pedro Henrique como esperado. A equipe corintiana foi a campo com apenas quatro titulares (Léo Santos, Gabriel, Mateus Vital e Douglas).
Entre as novidades, quem se deu melhor foi o Santos. O primeiro tempo foi de muita marcação, com os rivais se alternando no domínio da partida, mas os santistas tiveram maior capacidade para chegar ao gol. Aos 20 minutos, a novidade Arthur Gomes partiu pela direita, fez boa jogada e quase sem ângulo, cruzou rasteiro, Walter desviou, Bruno Henrique tentou dominar, mas ajeitou na medida para Gabriel encher o pé e abrir o placar no Pacaembu.
Com o placar adverso, o Corinthians decidiu sair do campo de defesa e apostar nos lançamentos para o grandalhão Jonathas, que trombou contra os zagueiros santistas e tentou fazer alguma coisa, mas não teve sucesso. Além da má fase de alguns corintianos, a falta de entrosamento também se tornou uma pedra no caminho.
Já o Santos apostava tudo nas jogadas pelas direita, com Victor Ferraz e Sánchez. A juventude e imaturidade de Carlos Augusto parecia ser o caminho para os santistas vencerem, e foi por ali que o time conseguiu abrir o placar e garantir o resultado positivo na primeira metade do clássico.
No intervalo, Jair Ventura resolveu tirar Léo Santos e colocar Thiaguinho, talvez já pensando na decisão da Copa do Brasil. O zagueiro é titular absoluto. As duas equipes voltaram ao gramado dando a impressão que estavam satisfeitas com o resultado. Tanto que a primeira boa oportunidade de gol da segunda etapa aconteceu só aos 21, quando Gabriel aproveitou cobrança de falta para a área e, sozinho, chutou para a defesa de Walter.
O Corinthians continuou com sua enorme dificuldade em criar jogadas e, consequentemente, finalizar para o gol de Vanderlei. O problema é que no clássico, até a defesa, setor mais organizado do Corinthians nas últimas partidas, não esteve bem. Foram vários lances em que bateram cabeça e contaram com a sorte para não levar mais gols.
No outro lado, os santistas não fizeram uma partida exuberante, mas souberam aproveitar a fragilidade do rival, venceram e já começam a olhar a parte de cima da tabela com maior proximidade. O Santos agora torce contra os rivais para entrar de vez na briga pelo G6. O Corinthians pode começar a flertar com o rebaixamento, mas no momento não parece ser algo preocupante para Jair Ventura e seus comandados, já que quarta-feira têm a decisão da Copa do Brasil.
FICHA TÉCNICA:
SANTOS 1 X 0 CORINTHIANS
SANTOS – Vanderlei; Victor Ferraz, Luiz Felipe, Gustavo Henrique e Dodô; Diego Pituca, Yuri (Renato) e Carlos Sánchez (Sasha); Arthur Gomes (Derlis González), Gabriel e Bruno Henrique. Técnico: Cuca.
CORINTHIANS – Walter; Léo Santos (Thiaguinho), Pedro Henrique, Marllon e Carlos Augusto; Douglas, Gabriel, Pedrinho e Mateus Vital (Clayson); Emerson Sheik (Danilo) e Jonathas. Técnico: Jair Ventura.
GOL – Gabriel, aos 20 minutos do primeiro tempo.
ÁRBITRO – Péricles Bassols Pegado Cortez (PE).
CARTÕES AMARELOS – Gabriel, Gustavo Henrique, Emerson Sheik, Pedro Henrique, Derlis González e Gabriel
PÚBLICO – 24.123 pagantes.
RENDA – R$ 778.974,50
LOCAL – Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP).