O Obelisco serviu como ponto central para cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos da Juventude, que tiveram neste sábado seu início em Buenos Aires. O cartão-postal da capital da Argentina recebeu projeções coloridas e animadas logo no início da festa, que começou pontualmente, às 20 horas.
Em um palco montado à frente da enorme estrutura, dançarinas faziam coreografias e telões exibiam imagens. O evento, democrático, foi realizado na principal avenida da cidade e a entrada do público era gratuita, algo que ocorreu pela primeira vez na história. Vale lembrar que em toda edição de Jogos Olímpicos, a entrada mais cara é para a cerimônia de abertura.
“É um sonho se transformando em realidade. Os atletas são verdadeiros vencedores. É uma cerimônia de abertura histórica, a primeira realizada fora de um estádio, gratuita e inclusiva. Os Jogos da Juventude têm igualdade de gênero. Queremos o esporte perto das pessoas”, afirmou Gerardo Werthein, presidente do Comitê Organizador, em discurso ao lado de Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI). “Os argentinos nos receberam de braços abertos”, comentou Bach.
A grande festa a céu aberto contou com muita animação dos atletas e do público, mas também com a falta de organização para um evento deste porte. Com o bloqueio em diversas ruas, o caos se instalou nos arredores da região central da cidade. Nas sacadas e grandes janelas dos prédios antigos da avenida 9 de Julho, muita gente tinha visão privilegiada da cerimônia.
Na hora do Hino da Argentina, uma escaladora desceu por corda do alto do Obelisco segurando uma bandeira do país anfitrião. Depois, uma enorme carruagem de 12 metros iniciou seu trajeto pela avenida, em meio ao público. As bandeiras de todos os países participantes foram carregadas pelos atletas na parte de cima do palco. O boxeador Luiz Oliveira, o Bolinha, foi o porta-bandeira do Brasil.
Como não poderia deixar de ser, a operação para realizar uma cerimônia deste porte no coração da cidade contou com um contingente enorme de policiais, fiscais de trânsito, seguranças e guindastes que movimentavam estruturas enormes para o alto. Como os famosos anéis olímpicos, içados a 50 metros do chão com acrobatas em cada anel. Aliás, este foi o ponto alto do show e rendeu lindas imagens.
O Obelisco virou local de competição também para diversas modalidades representadas por imagens e demonstradas pelos escaladores, que simularam provas de atletismo, ciclismo, remo, saltos ornamentais e até patinação de velocidade, que estreia nos Jogos da Juventude. E do outro lado da festa, longe do Obelisco, a carruagem trazia artistas e acrobatas em apresentações.
O Obelisco então ganhou os pictogramas dos Jogos da Juventude, que foram feitos com imagem computadorizada que passava a impressão de que estavam sendo esculpidos na pedra naquele momento. Também ganhou a linguagem dos grafites, mostrando que a ideia da festa surgiu para tentar atrair os jovens, os atletas dessa competição mundial.
Ao final da festa, os argentinos apresentaram sua mais famosa dança, o tango, pouco antes de a chama olímpica ser acesa. Quem ficou encarregado desta honraria foi o grupo formado por Sebatian Crismanich, Luciana Aymar, Walter Pérez, Gabriela Sabatini, Pedro Ibarra, Cecilia Carranza, Pablo Unrein e Celeste D’Arcangelo. Eles passaram a tocha para Santiago Lange e Paula Pareto, que acenderam a pira olímpica.