O cenário pré-eleitoral e a valorização do dólar frente ao real fortaleceram a captação dos fundos cambiais. No acumulado do ano até setembro, a entrada líquida nesses fundos somaram R$ 1,5 bilhão, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). No ano passado, essa classe de fundo havia registrado saída de R$ 800 milhões.
“Os fundos cambiais representam uma parte pequena da indústria de fundos, mas o desempenho em termos de captação acompanhou a valorização da moeda”, destacou o vice-presidente da entidade, Carlos André. No ano o período de maior captação foi no segundo trimestre do ano, intervalo em que o dólar mais se valorizou, com entrada líquida de R$ 1,15 bilhão.
No total, a captação líquida dos fundos de investimento no Brasil no terceiro trimestre do ano se recuperou e atingiu R$ 24,9 bilhões. No trimestre imediatamente anterior houve um resgate líquido de R$ 12,4 bilhões.
De janeiro a setembro, a captação recuou 68% para R$ 71,1 bilhões, ainda de acordo com dados da Anbima. Os clientes pessoas físicas representaram a maior parte do aporte no ano, até aqui. No ano até agosto, o segmento de private e varejo anotaram, juntos, captação líquida de R$ 46,1 bilhões.
Segundo o vice-presidente da associação, a expectativa é ainda positiva para o último trimestre do ano. “Passamos por um período importante de volatilidade no fim do segundo trimestre e início do terceiro e agora o mercado de gestores já está com posição relativamente ajustada”, destacou. A maior entrada é esperada nos segmentos de renda fixa e nos multimercados.
Renda fixa
Os fundos de renda fixa retomaram a captação líquida no terceiro trimestre, diante do aumento da volatilidade do mercado. A captação líquida foi de R$ 14,8 bilhões, ante um resgate líquido de R$ 23,6 bilhões.
No acumulado do ano, contudo, os fundos de renda fixa registraram uma saída líquida de R$ 4,7 bilhões, sendo que no ano passado a entrada líquida foi de R$ 91,3 bilhões.
Ainda no terceiro trimestre, os fundos multimercados registraram entrada de R$ 4,1 bilhões, os de previdência R$ 5,4 bilhões. Os fundos de ações, no outro sentido, registraram saída de R$ 1,7 bilhão no terceiro trimestre do ano.