Pela primeira vez na final de um Mundial de Vôlei como técnico da seleção brasileira masculina, Renan Dal Zotto não escondeu a decepção com a derrota por 3 sets a 0 para a Polônia, neste domingo, em Turim, na Itália, no confronto que valeu o título da competição.
Ao comentar o duelo, o treinador exaltou a boa atuação dos poloneses, principalmente a de dois jogadores: Bartosz Kurek, maior pontuador da decisão, com 23 pontos, e Michal Kubiak, que fez outros 12 contra os brasileiros.
“A gente estudou muito esse time, aconteceu o que esperávamos. O jogo deles é baseado no Kurek e no Kubiak. Kurek é um jogador que vem tentando se firmar nos últimos anos, e neste ano foi merecidamente escolhido o melhor da competição. É uma referência, pegando bolas altas, jogando solto, é o grande oposto do mundo hoje. E Kubiak um jogador espetacular, um estilo parecido com o do (francês) Ngapeth, mas pegando bolas um pouco mais baixas. Ele constrói o jogo”, afirmou o comandante, em declarações reproduzidas pela Confederação Brasileira de Vôlei.
Em seguida, Renan lamentou o fato de que a estratégia montada para a decisão não tenha surtido o efeito desejado, sendo que o Brasil exibiu um desempenho muito pior do que o apresentada na vitória por 3 sets a 0 sobre a Sérvia, no sábado, pelas semifinais. “A Polônia joga baseada nesses dois pilares. Eles estiveram muito bem. Em alguns momentos nosso saque entrou bem e eles conseguiram segurar, souberam contornar e foram muito eficientes. Nos preparamos, estudamos, mas infelizmente não foi suficiente”, reforçou.
Capitão da seleção, Bruninho não deixou de lamentar a derrota na final, mas também procurou valorizar a campanha do Brasil no Mundial e a medalha de prata. “Esse é um grupo que nunca desistiu. Foram tantas batalhas, tantas guerras, ao final agradeci muito ao Lipe, um exemplo de superação. Atletas como Evandro, William, jogadores que mesmo estando no banco, sempre deram o máximo, nunca ‘tiraram o pé’. Caras que são inspiração, e torço para que isso siga. Fica a sensação de um time muito unido e que jamais desistiu. Agora vamos pensar para frente, nosso vôlei continua entre os melhores”, ressaltou o levantador.
DOIS NA SELEÇÃO DO CAMPEONATO – Outro consolo para o Brasil foi o fato de que dois jogadores do time nacional foram eleitos para a seleção do Mundial pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB): o central Lucão e o ponteiro Douglas Souza. Eles foram escolhidos ao lado do oposto Matt Anderson e do levantador Christenson, ambos dos Estados Unidos, e do ponteiro Kubiak, do central Nowkowski e do líbero Zatorski, todos poloneses.
“É difícil falar, um sentimento misto de tudo. Fizemos uma campanha incrível no campeonato e sair com uma derrota dessa é ruim. Tem atletas saindo e que não mereciam terminar com um tropeço assim, é bem complicado. Mas eu estou bem orgulhoso também do nosso time, conseguimos dar a volta por cima, sair de situações difíceis. Isso é muito importante para os outros ciclos”, ressaltou Douglas Souza.