Policias federais cumprem mandados de busca e apreensão em endereços do ex-governador de Goiás e candidato ao Senado Federal, Marconi Perillo (PSDB). A Polícia Federal ainda prendeu o coordenador de campanha do então candidato à reeleição ao Governo de Goiás, o sucessor de Perillo, José Eliton (PSDB).
Jayme Rincón, que foi presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) e, atualmente, é coordenador de campanha de José Eliton. A Polícia Federal não pediu a prisão de Marconi porque está em período eleitoral. Desde sábado (22/9), 15 dias antes do primeiro turno das eleições de 2018, nenhum candidato deve ser preso, a não ser que seja em flagrante.
Isso é determinado pelo Código Eleitoral, instituído pela Lei Federal nº 4.737/1965, em seu artigo 236, parágrafo 1º. Concorrentes a cargos políticos também não poderão ser alvo de mandados prisionais até 48 horas após o encerramento da eleição de 7 de outubro.
Os agentes cumprem os mandados no âmbito da operação Cash Delivery, que apura repasses ilícitos de mais de R$10 milhões para agentes públicos no Estado, em 2014.
São cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e 5 de prisão temporária, expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás, nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Pirenópolis e Aruanã, em Goiás, e em Campinas e São Paulo.
A operação foi desencadeada a partir de investigação depois de delação de executivos da Odebrecht, que alcança empresários, agentes públicos e doleiros pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Marconi Perillo foi governador de Goiás por quatro mandados e deixou o cargo para o então vice, José Eliton, que tenta uma vaga no executivo goiano. Perillo, na última pesquisa de intenção de votos do Ibope, tem 29% das intenções de voto.
Perillo se tornou réu no início de setembro por corrupção passiva.
Marconi Perillo recebeu propina
“Quando ainda era senador e, depois, também como governador, Marconi Perillo solicitou e recebeu propina no valor de, em 2010, R$ 2 milhões e, em 2014, R$ 10 milhões, em troca de favorecer interesses da empreiteira relacionados a contratos e obras no Estado de Goiás”, diz a nota do MPF.
Informa, ainda, que também são alvos da operação o ex-presidente da Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop), Jayme Eduardo Rincon, o filho dele, Rodrigo Godoi Rincon, o policial militar Márcio Garcia de Moura, o ex-policial militar e advogado Pablo Rogério de Oliveira e o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior.
Segundo o MPF, o caso foi remetido à primeira instância a partir da renúncia de Marconi Perillo ao mandato de governador de Goiás e a consequente perda de foro privilegiado. O caso foi então assumido pelo Núcleo de Combate à Corrupção do MPF em Goiás e pela Polícia Federal.
A investigação foi iniciada em junho de 2017, perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo a nota do MPF, em julho de 2018 a Justiça Federal autorizou acesso a e-mails e a extratos de ligações telefônicas dos investigados, bem como às suas respectivas localizações, com base em informações das antenas das operadoras de celulares.