Foi preso na tarde desta quarta-feira (26/9) em Goianira homem suspeito de atear fogo na companheira durante uma discussão por ciúmes. O crime ocorreu no dia 24 de abril deste ano, em Brazabantes, Região Metropolitana de Goiânia. O mandado de prisão foi cumprido por policiais civis da Delegacia de Goianira.
O homem, de 33 anos, que não teve a identidade revelada, é investigado por tentativa de feminicídio contra a esposa, de 34 anos. De acordo com as investigações, houve uma discussão por ciúmes, e segundo testemunhas, ele jogou álcool no corpo da vítima e ateou fogo com um isqueiro.
Em seguida, o suspeito teria se arrependido e até ajudou a apagar as chamas, sofrendo também queimaduras nas mãos e nos braços. A mulher ficou internada por mais de 30 dias e sofreu queimaduras em 48% do corpo.
Ao ser ouvida pelo delegado Bruno Costa e Silva, responsável pela investigação, a vítima alegou ter ocorrido um acidente doméstico, que o companheiro não teve participação no fato, mesma versão sustentada pelo investigado. Mas segundo o laudo pericial e os depoimentos das testemunhas, o incêndio foi intencional. Os familiares da mulher também relataram histórico de ameaças, inclusive com uso de arma de fogo.
Com o suspeito foram apreendidas munições. De acordo com informações da Polícia Civil, o agressor pode responder também por crime de posse irregular. O inquérito deve ser concluído nos próximos dias e encaminhado ao Poder Judiciário.
Violência contra mulher
Este ano, a Lei Maria da Penha completou 12 anos, e o número de caso de violência contra mulher ainda é crescente no Brasil. Só no primeiro semestre de 2018, foram registradas quase 73 mil denúncias, de acordo com dados do Ministério dos Direitos Humanos (MDH), que administra a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, o Ligue 180.
Segundo o relatório, as principais agressões denunciadas são cárcere privado, violência física, psicológica, obstétrica, sexual, moral, patrimonial, tráfico de pessoas, homicídio e assédio no esporte. As denúncias também podem ser registradas pessoalmente nas delegacias especializadas em crime contra a mulher.
Atualmente, Goiás mantém a segunda posição entre os estados com maior número de feminicídios proporcional à população e tem se aproximado do primeiro lugar, ocupado por Roraima. O estado do Norte tem média de 9,3 casos a cada 100 mil mulheres, enquanto Goiás subiu de 7,5 para 8,5 execuções na mesma medida.