O ministro de Economia da Argentina, Nicolás Dujovne, e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, anunciaram nesta quarta-feira que o montante a ser recebido pelo país sul-americano aumentou US$ 7 bilhões, totalizando US$ 57 bilhões. Além disso, Dujovne afirmou que o câmbio continuará a ser flexível, mas ressaltou que as autoridades argentinas não permitirão volatilidade excessiva, sugerindo intervenções no câmbio pelo banco central quando houver grandes variações do dólar em relação ao peso.
“Neste novo acordo, o governo resolveu continuar com a implementação de um conjunto de políticas orientadas ao fortalecimento da economia argentina. A convergência mais rápida ao equilíbrio fiscal primário é um passo decisivo para a redução das necessidades de financiamento do governo, o que impulsionará a economia argentina”, afirmou Dujovne. De acordo com ele, o montante que o FMI emprestará à Argentina este ano será de US$ 13,4 bilhões, ante US$ 6 bilhões previstos anteriormente. Já o valor previsto para 2019 é de US$ 22,8 bilhões.
Dujovne também comentou que a Argentina tem enfrentado uma jornada de volatilidade nos mercados financeiros nas últimas semanas. No entanto, ele garantiu que tem mantido o compromisso de assegurar câmbio flexível e disse que o novo acordo com o FMI permitirá que o país deixe as turbulências financeiras para trás. “A estabilidade do peso não depende da política de intervenção, mas sim de uma política fiscal forte”, afirmou o ministro. Nesse sentido, ele comentou que o câmbio continuará flexível, embora grandes volatilidades possam exigir intervenções.
Lagarde, também presente na coletiva de imprensa, afirmou que o FMI está “completamente comprometido” em ajudar a Argentina e disse que o plano revisado será “fundamental para restabelecer a confiança na Argentina”. Segundo a diretora-gerente do Fundo, o dinheiro para a Argentina poderá ser utilizado para manter a seguridade social, mas ela apontou que o FMI está decidido a adotar um regime de taxa flutuante em acordo com a Argentina.
“O FMI nos respalda para darmos apoio a setores vulneráveis da economia”, disse Dujovne. De acordo com ele, o déficit está “plenamente financiado por investimentos externos” e o país deu um passo “muito importante” na qualidade do gasto público. Além disso, o ministro afirmou que o banco central tem “ferramentas poderosas” para intervir se for necessário e que a Argentina tem uma posição fiscal “muito sólida”.