Um dos maiores ídolos da história do Benfica, o zagueiro Luisão anunciou nesta terça-feira sua aposentadoria, aos 37 anos. Depois de 15 temporadas vestindo a camisa do time português e de disputar duas Copas do Mundo (2006 e 2010), o brasileiro chegou a um acordo para o rompimento de seu contrato e confirmou o fim da carreira em uma cerimônia realizada no centro do gramado do Estádio da Luz.
“Gostaria de parar, agradecer a Deus, agradecer a todos, sem exceção. Até aos meus rivais, que me fizeram crescer dentro de campo. Orgulho-me de tudo o que Deus me deu ao longo de toda a minha vida. Desde a infância humilde, até os primeiros toques na bola quando tinha 5 anos. Quando cheguei aqui, tornei-me homem e atleta”, declarou.
Luisão teve o trabalho reconhecido pelo Benfica, que rapidamente organizou uma bela cerimônia. A despedida contou com a presença da família do jogador, do elenco do clube e de diversos jornalistas. Por todo o estádio, era possível observar os dizeres: “Obrigado, capitão”.
“Olho para todo o lado e vejo obrigado, capitão, mas chegou a hora de eu dizer: Obrigado, Benfica, do fundo do meu coração”, apontou. “Correspondi a tudo o que me deram dentro de campo e agora eu faço tudo para corresponder e defender este clube com garra, amor, dedicação, por onde quer que eu leve o nome Benfica. Foi isto que eu aprendi nesta casa. Foi assim no passado e será assim no futuro.”
Depois de surgir na base do Cruzeiro, onde conquistou o Brasileirão de 2003, Luisão foi negociado com o Benfica naquele mesmo ano. Em quase 15 anos vestindo as cores do clube, conquistou seis títulos portugueses, três da Taça de Portugal, sete da Taça da Liga e quatro da Supertaça nacional. Pela seleção brasileira, faturou o título da Copa América de 2004 e das Copas das Confederações de 2005 e 2009, além de ter disputado dois Mundiais.
Já bastante veterano, Luisão renovou seu contrato com o Benfica por um ano em junho. De lá para cá, no entanto, se tornou apenas a quinta opção para a zaga no elenco e, por isso, não disputou nenhuma partida na temporada. A situação começava a gerar incômodo, quando clube e jogador chegaram a um acordo para a rescisão amigável do vínculo.
“A minha história aqui foi feita em 538 jogos, cheguei a conclusão de que era a melhor hora e que posso dar minha contribuição fora do campo”, comentou. “Hoje, quando entrei com a minha família por aquela porta, olhei para esta arquibancada e a vi vazia, eu entendi realmente o que é pressão. Não sei muito bem qual é o meu sentimento agora, mas eu sei que amanhã já não vou ter nada disto.”