A justiça decretou na tarde desta segunda-feira (24/9) a prisão preventiva dos policiais militares Gilmar Alves dos Santos e Paulo Márcio Tavares envolvidos em morte de refém em Senador Canedo. O crime ocorreu no dia 25 de novembro de 2017. Os PMs, que são acusados de homicídio e fraude na cena do crime, já foram pronunciados e vão a júri popular. A decisão foi do juiz Thulio Marco Miranda, da 2ª Vara de Senador Canedo.
Os dois policiais são acusados do homicídio de Marco Antônio Pereira de Brito, durante uma abordagem policial. Já Paulo Márcio vai responder também pela morte de Tiago Ribeiro Messias, refém do menor que havia roubado o carro. Segundo a denúncia, os acusados alteraram o cenário para forjar uma troca de tiros. O magistrado considerou que o refém foi atingido, apenas, por disparos efetuados por Paulo Márcio. “Os elementos probatórios colhidos durante a instrução indicam que Gilmar, a todo instante, direcionou os seus disparos para o ocupante do carro sentado no banco do passageiro”.
De acordo com o magistrado, a medida é necessária “para o resguardo da ordem pública, face à gravidade concreta do ato praticado”. O juiz explicou ainda que as vítimas foram atingidas por diversos disparos de arma de fogo, “denotando a maior periculosidade dos agentes e além disso, os delitos em questão teriam sido cometidos por agentes públicos responsáveis por zelar pela segurança e tranquilidade do povo, em contexto onde restou dificultada ou impossibilitada a defesa das vítimas”.
Thulio Miranda esclareceu ainda que a medida de prender os acusados se deve à “conveniência da instrução criminal, diante da tentativa de modificação da cena do crime e de dispensar testemunhas, sendo necessário resguardar a tranquilidade da sessão do Tribunal do Júri”.
Morte de refém em Senador Canedo
O crime ocorreu no dia 25 de novembro do ano passado, próximo ao posto de combustíveis entre as Avenidas Dom Emanuel e Progresso, no Conjunto Sabiá, no centro de Senador Canedo, Região Metropolitana de Goiânia. O carro dirigido por Tiago Messias Ribeiro, de 31 anos, foi abordado por policiais do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT), logo após a esposa do próprio Tiago ter ligado no 190 da PM, comunicando que a família tinha sido vítima de um assaltante e que o esposo havia sido levado como refém.
Segundo a PM, ao fazer abordagem, os policias teriam sido recebidos a bala. Possivelmente, os tiros teriam saído da arma que estava com o passageiro, Marco Antônio Pereira de Brito, de 14 anos, que imediatamente foi morto. O motorista do carro era o auxiliar de produção e morreu a caminho do hospital, após receber um tiro no peito. De refém, Tiago poderia ser acusado de ladrão, se não fossem as imagens divulgadas pelas redes sociais e registradas por câmeras de segurança.
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