A Polícia Civil divulgou na manhã desta quinta-feira (20/9) o caso do agiota colombiano Andréas Osório Agudelo, que atuava em Goiânia oferecendo empréstimos para suas vítimas e depois cobrando juros exorbitantes e pagamentos diários. Andréas, que foi preso na última terça-feira (18/9), ameaçava as vítimas avisando que, se não pagassem, ele contataria guerrilheiros colombianos para matá-las.
A prisão do agiota foi executada pela 23ª Delegacia Distrital de Polícia de Goiânia (DDP) em frente ao Banana Shopping, região central da capital.
Segundo a polícia, Andréas afirmou pertencer a uma rede de agiotagem colombiana que atua na capital. Ele cobrava R$ 600 reais por dia de uma vítima, em pagamento a um empréstimo de R$ 1,4 mil feito a esta.
De acordo com a delegada que preside as investigações, Érica Botrel, Andréas ameaçava as vítimas ao argumentar que, caso não pagassem a dívida diariamente, ele acionaria contatos que alegava possuir com membros de grupos de um suposto grupo de guerrilheiros colombianos com experiência na prática de assassinatos.
No ato da realização do empréstimo, o autor pedia cópias dos documentos pessoais e de comprovante de endereço das vítimas, e utilizava-os posteriormente, afirmando que tinha formas de repassar tais dados aos supostos guerrilheiros. Para organizar os pagamentos extorsivos, ele utilizava fichas de registro, as quais foram apreendidas pela Polícia Civil, além da quantia de R$ 400 em dinheiro.
“Eles me cobravam todos os dias, sem falta”, conta vítima do agiota colombiano
Uma cabeleireira de 48 anos foi uma das vítimas da rede de agiotagem colombiana. Maria (nome fictício), à reportagem do Dia Online, contou que por oito meses viveu um inferno por conta da situação. “Eles me cobravam todos os dias, sem falta. Iam no meu trabalho, na minha casa. Diziam que se eu não pagasse eles iriam me achar de qualquer jeito”, revela.
Maria disse que teve início de depressão durante o período em que recebeu as cobranças e ameaças. “Não conseguia dormir, tinha medo de andar na rua, quase parei de trabalhar”, relembra. Segundo ela, eles possuem “funcionários” específicos para fazerem as cobranças e ameaças.
Após oito meses nessa situação, Maria, com a ajuda financeira de seu patrão, conseguiu finalmente quitar a dívida feita com os agiotas. “Foi um período em que parei minha vida”, desabafa, se referindo aos meses em que deveu para os agiotas colombianos.