O roteiro de Maria Camargo surpreende ao apresentar a figura de Roger Sadala – apesar da abominável lista de abusos cometidos por ele contra suas pacientes, o médico revela-se uma figura contraditória, dividido entre o rigor profissional e a crença de que seus atos são celestiais. “Maria humaniza sua figura e até o deixa simpático”, comenta Amora Mautner, que utilizou toda a extensão do talento de Antonio Calloni.
Assim, seus atos invasivos são mostrados até nos mais simples detalhes, como a forma com que beija as pacientes ou mesmo ao usar a mão para alisar determinadas partes do corpo feminino, o que provoca asco e constrangimento. “Calloni acrescentou muitas características ao personagem”, diz.
Amora filmou os estupros na fronteira da dor e da vergonha, chegando ao limite artístico na violação sofrida pela paciente vivida por Monica Iozzi. Ali, suas lágrimas são reais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.