Na noite desta sexta-feira (14/9) a bebê Catarina, umas das gêmeas siamesas separadas em Goiânia, recebeu alta Hospital Materno Infantil (HMI), onde as meninas foram operadas no dia 22 de agosto. A bebê já foi levada para Salvador (Bahia) pela avó materna. A outra recém-nascida, Débora, que nasceu com cardiopatia, ainda precisa passar por cirurgia e aguarda internada no HMI.
As irmãs Catarina e Débora foram separadas há 22 dias. O procedimento médico de urgência foi feito pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil. Em Goiânia, esta foi a 18º cirurgia de separação realizada na unidade.
Gêmeas siamesas separadas em Goiânia
As crianças nasceram com 37 semanas de gestação e unidas pelo tórax e abdômen, compartilhando apenas o fígado. Juntas, elas pesavam 4.785 quilogramas. A mãe das meninas, Viviane de Menezes dos Santos, de 30 anos, vinda de Salvador (BA), também já está de alta médica, mas tem acesso a UTI Neonatal onde Débora está internada.
O procedimento de separação de Débora e Catarina durou aproximadamente 4h30 e contou com a participação de cerca de 15 profissionais. A cirurgia foi realizada com “êxito”, mas o estado de saúde das meninas, logo após o procedimento, era considerado grave. Mas mesmo em estado crítico, as meninas conseguiram sobreviver e a recuperação passou ser classificada pela equipe médica como “surpreendente”.
Histórico de cirurgia de separação de gêmeos siameses
O HMI é a única unidade hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS) apta a realizar a separação de gêmeos siameses em Goiás. Já foram registrados 38 casos de siameses.
A primeira foi em 2000, das gêmeas Larissa e Lorrayne, unidas pelo abdômen e pela pelve e compartilhavam rins, estômago, bexiga, intestino grosso, uretra, vagina e ânus. A literatura médica mundial indica que, dentre os siameses operados, um em cada cinco sobrevivem à cirurgia. No Hospital Materno-Infantil, esse índice chega a 50%.
Outro caso que mobilizou Goiás foi o dos meninos de Arthur e Heitor Brandão, ocorrido em fevereiro de 2015. Três dias depois da separação, Arthur morreu. Heitor continuou internado por mais três meses no HMI. Em julho, já recuperado, ele retornou para Riacho de Santana (BA), onde a família mora.