O fogo cruzado entre o presidente do Santos, José Carlos Peres, e o vice, Orlando Rollo, teve mais um capítulo nesta quinta-feira. Primeiro, foi Peres que se disse “traído” por Rollo, que, por sua vez, criticou duramente a gestão de seu superior e deu “nota 0,5” para o trabalho do mandatário.
A crise política no Santos culminou na aprovação de pareceres a favor do impeachment de Peres pelo Conselho Deliberativo, na última segunda-feira. Seu destino está nas mãos dos sócios santistas, em votação marcada para 29 de setembro, o que fez o dirigente se voltar contra Rollo e um possível “boicote” liderado pelo vice.
Diante dos ataques de Peres, Rollo se posicionou nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, e negou qualquer interferência a favor do impeachment do presidente. “Tenho como provar que os conselheiros indicados por mim votaram contra o impeachment, por recomendação direta minha. Nenhum conselheiro ligado a mim assinou nenhum dos processos de impeachment”, garantiu.
Peres chegou a criticar a disputa “Peres x Rollo” em que se transformou a política do Santos, mas o vice-presidente negou o interesse de tomar o poder do mandatário. “Não sou candidato a nada. Não tenho nenhum apego ao poder. Caso o Peres sofra o impeachment, conversarei com as maiores lideranças de todos os grupos do Santos, e nós vamos avaliar de maneira democrática o que é melhor para ajudar o Santos”, afirmou.
Rollo chegou a dizer que “se for o melhor para o Santos”, pode até renunciar ao seu cargo no caso do impeachment de Peres ser aprovado. Mas não negou a possibilidade de herdar o poder no clube e garantiu: “Não existe planejamento específico para que eu assuma a presidência, mas, se isso ocorrer, estou preparado para assumir”.
A crise entre os dois não parou por aí e se transformou em caso de polícia. Nos últimos dias, o site Yahoo! publicou que o contrato da compra de Carlos Sánchez pelo Santos foi assinado por Pedro Doria, aliado de Peres, no lugar destinado à assinatura de Orlando Rollo. Por mais que Peres tentasse minimizar o ocorrido, Rollo revelou ter denunciado o presidente.
“O presidente Peres está usando essa questão do Sánchez para atirar em mim, para dizer que eu a expus publicamente. Todos vocês ficariam indignados ao ver que uma pessoa assinou um contrato em seu lugar. Isso, em tese, é crime”, comentou. “Ele não pode assinar por mim. Isso configura crime. Entrei com uma notícia-crime no 2º DP de Santos.”