Paul McCartney está de disco novo – Egypt Station foi lançado no dia 7/9 – e, mesmo com os seus 76 anos, faz todo o percurso de mídia disponível para um artista do seu calibre. Várias entrevistas pipocaram nos últimos dias, e uma delas, com o radialista Howard Stern, em Nova York, na semana passada, chamou a atenção pelo fato de o músico ser categórico ao afirmar que John Lennon terminou com os Beatles.
“Eu sei quem terminou os Beatles, foi John”, disse McCartney, surpreendendo Stern, que havia dito que ninguém sabia quem provocou o rompimento do grupo. “Não acho que ninguém tentou apontar o dedo para ninguém, mas foi assim. Houve uma reunião em que John apareceu e disse: ‘Ei, pessoal, estou saindo da banda’.”
Ele continua: “John amava mulheres fortes. Sua mãe era, sua tia que o criou era ( ). Ele encontrou Yoko Ono e, mesmo que pensássemos que ela era meio intrusa, aparecendo nas sessões de gravações, olhando para trás agora dá para perceber como ele estava totalmente apaixonado por ela. Você tem que respeitar isso”.
O ex-beatle comentou ainda sobre como o afastamento provocou um ressentimento traduzido em canções. Too Many People, por exemplo, representa um ataque de McCartney a Lennon. Diz a letra, em tradução livre: “Esse foi seu primeiro erro / Você pegou sua maior oportunidade e a quebrou / Agora, o que pode ser feito por você? / Você quebrou em dois”.
McCartney diz que foi o que aconteceu, e que ele ainda respeita o fato. Depois de comentar um pequeno período em que ele e Lennon ficaram afastados, compondo músicas um contra o outro, McCartney disse: “Me sinto abençoado de que isso acabou, porque se não tivesse acabado e John fosse assassinado, eu não sei como lidaria com isso”.
Na entrevista, Howard Stern comentou sobre outro problema envolvendo o quarteto, quando todos já cuidavam de projetos pessoais. Foi quando McCartney revelou sua intenção de lançar seu primeiro álbum solo, McCartney, com apenas uma semana de diferença do lançamento de Let It Be.
Lennon e George Harrison escreveram uma carta alertando Paul do fato, pedindo ainda que seu disco fosse adiado para outro período, em junho de 1970. A correspondência terminou na recepção da Apple Records e coube a Ringo Starr a missão de levar a carta até a casa de Paul. “A situação já não estava boa com a separação. De repente, Ringo chega em casa. Mandei que ele se f… e o expulsei. Mas resolvemos tudo depois.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.