O coordenador do árbitro de vídeo (VAR) no Brasil, Sérgio Corrêa, afirmou nesta quinta-feira que o lance final do jogo entre Palmeiras e Cruzeiro, pela semifinal da Copa do Brasil, na quarta-feira, não poderia ter as imagens analisadas por não se enquadrar nas situações específicas em que a tecnologia deve ser acionada. Pelo protocolo adotado pela CBF, as jogadas apenas serão reavaliadas em caso de dúvida sobre gol, pênalti, expulsões e identificação equivocada de atletas.
O lance em questão foi aos 52 minutos do segundo tempo. O palmeirense Edu Dracena disputou a bola no alto com o goleiro cruzeirense Fábio. Na sobra, com o gol vazio, o zagueiro Antônio Carlos finalizou. O árbitro Wagner Reway assinalou falta no goleiro na jogada. A partida terminou logo depois, com vitória do Cruzeiro por 1 a 0, e muita reclamação da diretoria e do elenco da equipe alviverde.
Porém, segundo Corrêa, como a jogada foi considerada falta e não um lance de outra natureza, não cabe a utilização do árbitro de vídeo. “Como o árbitro apitou antes da conclusão a gol, não é de se falar em gol anulado. É de se falar em acerto ou erro sobre a falta. A consequência do lance já não teria valor diante da regra do jogo”, afirmou o coordenador do VAR, que foi também o supervisor de arbitragem do confronto. Os cruzeirenses elogiaram a atuação do árbitro.
“Foi um lance interpretativo. Não entro no mérito nem de acerto nem de erro. Por isso, não entra nos critérios de lance em que o VAR pode ser utilizado”, explicou Corrêa. O recurso de árbitro de vídeo começou a ser utilizado na Copa do Brasil a partir das quartas de final. São 16 câmeras que auxiliam na avaliação de lances duvidosos. “Se ele não marca a falta, sai o gol e o Cruzeiro reclama, seria outra situação”, explicou.
Na saída do estádio, os jogadores do Palmeiras afirmaram que em conversa no vestiário antes do jogo começar, Corrêa os havia orientado a seguirem na disputa de um lance quando existisse dúvida. O coordenador do VAR explicou à reportagem que a recomendação aos atletas foi apenas para possíveis jogadores de impedimento, e não em lances de outra natureza.
“Eu expliquei sobre impedimento. E que isso fique bem claro. Para não estranharem a marcação, para o jogador não reclamar ao ver o assistente com a bandeira erguida e esperar até o apito do árbitro e uma possível checagem da jogada”, explicou Corrêa. O protocolo adotado pela CBF para definir quais lances devem ser analisados por vídeo é o do Conselho Internacional das Associações de Futebol (Ifab, na sigla em inglês).