A Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH) prendeu em Anápolis Joel Cunha Silva quatro meses depois de ele ter assassinado a facadas o namorado, Doasley Ferreira de Souza, de 34 anos, no Setor dos Funcionários, em Goiânia.
O corpo de Doasley foi encontrado no dia 14 de abril deste ano. Depois de faltar ao trabalho, o patrão da vítima, com ajuda dos vizinhos, conseguiram entrar no corredor que ficava a kitinet do rapaz por volta de 20h. Da janela, viram a residência bagunçada e ensanguentada e a porta estava trancada.
Chefiada pela delegada Magda D’Avila, a investigação que resultou no cumprimento do mandado de prisão temporária contra Joel Cunha Silva durou quatro meses. “A gente sabia apenas o primeiro nome do autor”, conta ao Portal Dia Online.
“O autor ainda riscou utilizando uma faca no abdómen da vítima as iniciais JO, de Joel”, relata. “Eu fui ao local do crime e realmente era uma cena de muito sangue, bagunça. A perícia, que inclusive fez um bom trabalho, concluiu que a vítima foi atacada no sofá. E o corpo dela foi encontrado dentro do banheiro. Havia muitos hematomas, como se tivesse havido uma intensa luta corporal entre os dois”, conta.
Ainda segundo a delegada, os dois tinham um relacionamento homoafetivo. “O autor nega que eles fossem namorados. Mas tenho certeza disso porque vizinhos, amigos da vítima e familiares contaram”, argumenta Magda. “Por ele negar o crime, certamente trata-se de um crime de ódio, não se aceita como homossexual. Ele matou com várias facadas, com perfurações até nos olhos”, descreve.
Sem saber onde encontrar o autor do crime, a delegada decidiu prender um partícipe do homicídio, o vizinho da vítima Luiz Roberto de Morais. “Prendemos ele porque ele sabia de muita coisa que poderia nos ajudar, inclusive como ocorreu o crime”, explica.
A delegacia apurou que o trio bebia e usava drogas no barracão em Goiânia
https://diaonline.ig.com.br/video-on-demand/mulher-confessa-crime-ela-amordacou-e-amarrou-jovem-em-cama-antes-de-esfaquea-la/Joel foi preso na cidade de Anápolis, onde vivia em situação de rua. Para os policiais, ele confessou o crime, mas justificou que a vítima havia se recusado a passar dinheiro para ele comprar drogas. Joel ainda tem passagens por receptação e furto.
A delegada conta que, nos depoimentos, contaram que o rapaz não utilizava drogas. “Talvez ele acaba se envolvendo por causa do namorado. Inclusive, ele trabalhava e era considerada uma pessoa tranquila.
A reportagem apurou que a vítima era voluntária como mesário em eleições e havia prestado concurso público. Aguardava ser chamado na Secretaria Municipal de Educação de Goiânia.