O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escreveu uma carta para ser lida a militantes petistas nesta segunda-feira, 10, em São Paulo. O ex-presidente não anunciará, no momento, nenhuma decisão sobre a candidatura do PT ao Planalto.
A confirmação de Fernando Haddad como o candidato da legenda deve ser feita amanhã, 11, em Curitiba. O único cenário que poderia adiar a troca é o partido conseguir autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para estender o prazo até dia 17, cenário considerado remoto para líderes do partido.
Na capital paulista, o PT realiza nesta segunda um ato da campanha de Luiz Marinho ao governo do Estado no Teatro Tuca. Com presença prevista inicialmente, Fernando Haddad deve cancelar seu retorno a São Paulo e continuar na capital paranaense, onde se reúne com Lula ao longo do dia de hoje.
O núcleo da campanha do PT à Presidência não espera sucesso nos recursos que o ex-presidente está colocando no Supremo para ser candidato ao Planalto. Mesmo com uma nova recomendação do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) dizendo que o Brasil tem o dever de garantir os direitos políticos do ex-presidente, as derrotas judiciais já estão “precificadas”, nas palavras de um dos coordenadores da campanha.
A decisão sobre como a legenda vai operacionalizar a substituição será tomada por Lula, que está preso em Curitiba e se reúne com Fernando Haddad e seus advogados ao longo do dia de hoje.
Comitê da ONU
Nesta segunda-feira, 10, o Comitê de Direitos Humanos da ONU enviou um novo comunicado apontando que o Brasil tem o dever de cumprir sua determinação de garantir os direitos políticos do ex-presidente Lula. O comunicado é assinado por Sarah Cleveland e Olivier de Frouville, peritos do órgão.
O governo brasileiro deixou claro, desde o início, que considerava a decisão do Comitê como sendo apenas uma recomendação, sem poder vinculante.
Uma vez mais, porém, o órgão formado por 18 peritos independentes não entrou no mérito do caso do ex-presidente e não determinou se ele é inocente ou culpado. Isso, de acordo com a entidade, apenas entrará na pauta em 2019. Mas deixou claro que o pedido para que medidas cautelares sejam adotadas permanece válido até que o caso seja concluído.
Em meados de agosto, o Comitê de Direitos Humanos da ONU havia concedido medidas cautelares e solicitado às autoridades brasileiras que mantivessem os direitos políticos de Lula até que seu caso fosse avaliado pelo Supremo Tribunal Federal. O órgão formado por 18 peritos independentes, porém, não atendeu ao pedido para que o ex-presidente fosse solto. COLABOROU JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE