Os sócios do Santos vão decidir o futuro do presidente José Carlos Peres. Nesta segunda-feira, em reunião na Vila Belmiro, os membros do Conselho Deliberativo do clube aprovaram o primeiro de dois procedimentos de impeachment colocado em votação que contou com a participação de 244 membros do clube.
Para que o processo de impeachment tivesse sequência, era necessário a aprovação de ao menos um dos dois pareceres por dois terços dos conselheiros presentes ao encontro desta segunda-feira, o que acabou acontecendo.
A votação não se deu sem polêmica. Houve recontagem dos votos, discussões e pedido de impugnação da participação dos membros da Comissão de Inquérito e Sindicância, que havia indicado o impeachment de Peres, o que acabou ocorrendo. Diante disso, não será surpresa se o dirigente buscar a Justiça para tentar a travar o processo.
Agora, então, uma assembleia de sócios será convocada para definir o futuro de Peres. A data ainda não foi anunciada por Marcelo Teixeira, presidente do Conselho Deliberativo do Santos e responsável pela convocação da votação do impeachment pelos sócios do clube. O estatuto do clube afirma que essa votação não poderá ocorrer antes de 15 dias após o encontro do conselho. Com isso, deve ser realizada no fim de setembro.
E nessa segunda votação, será preciso 50% dos votos dos participantes e mais um para que o dirigente deixe o comando do Santos, sendo que ele foi eleito para o cargo em dezembro, com um mandato de três anos, com previsão de encerramento no final de 2020. Por enquanto, Peres prossegue na presidência do Santos. Mas se os sócios aprovarem a sua destituição, ele será sucedido por Orlando Rollo, seu vice-presidente.
Os dois processos tiveram pareceres favoráveis ao impeachment produzidos pela Comissão de Inquérito e Sindicância do Santos. Em um deles, a principal acusação envolvia a empresa Saga Talent, de agenciamento de atletas, que tinha Peres como sócio quando ele assumiu a presidência do Santos. O dirigente alegou que a empresa só existia no papel, não fazendo negócios há anos.
Já outra acusação envolvia portaria editada por Peres e que definia que todas as contratações realizadas pelo Santos deveriam ser determinadas pelo presidente, o que contrapõe o Comitê de Gestão do Santos, principal órgão administrativo do clube.
Peres esteve presente ao encontro, mas não apresentou a sua defesa, que foi realizada pelo advogado Edgard Galvão Machado.