A ordem de prisão do fundador da Rede Pague Menos, Deusmar de Queirós, que se apresentou à Polícia Federal em Fortaleza na noite deste sábado, 8, partiu da 12ª Vara da Justiça Federal do Ceará e foi tomada cumprindo a determinação do ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O fato de ser condenado em segunda instância, por crimes contra o sistema financeiro nacional, foi apontado pelo ministro do STJ como justificativa para o início do cumprimento da pena de 9 anos e 2 meses por crimes contra o sistema financeiro nacional. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, como o ministro destacou, permite a antecipação da execução da pena. A condenação, além da pena, prevê multa de multa de 2.500 salários mínimos.
A condenação de Deusmar Queirós foi proferida em um processo que analisou fatos relacionados à sua atuação à frente da Renda Corretora de Valores entre 2000 e 2006. A defesa, em nota, destacou que ainda não houve o trânsito em julgado (encerramento dos recursos).
“A ação ainda está em curso e a condenação não é definitiva. A defesa continua acreditando na justiça e na sua absolvição”, diz em nota o escritório Rocha, Marinho e Sales Advogados e Marcelo Leal Advogados Associados, que representa empresário.
Diante da prisão de seu fundador, a Pague Menos nomeou o atual diretor-presidente, Mário Henrique Alves de Queirós, para o cargo de presidente do conselho de administração, que ainda era exercido por Deusmar Queirós.
“O processo judicial ao qual o fundador da companhia, Deusmar Queirós, responde não possui qualquer relação com a rede. Todas as informações sobre o processo foram prestadas de maneira transparente pela Pague Menos em seus formulários de referência”, disse a companhia, em nota.
Atualmente em fase de expansão para o Sudeste, a Rede Pague Menos tem 168 unidades e faturou R$ 6,3 bilhões no ano passado. A previsão é encerrar este ano com 1,2 mil lojas e vendas de R$ 7 bilhões. Com esse porte, a companhia tem uma atuação equivalente a cerca da metade da Raia Drogasil, líder do setor e presente em 22 Estados.
A rede cearense chegou a cogitar uma abertura de capital em 2012, mas acabou desistindo do projeto de chegar à Bolsa paulista em 2013. Dois anos mais tarde, o fundo de private equity (que compra participações em empresas) General Atlantic comprou 17% do capital da companhia, em uma operação de R$ 600 milhões. A empresa ainda tem intenção de chegar à B3, mas somente a partir de 2020.