Pequim, 08/09/2018 – O superávit comercial da China com os EUA atingiu novo recorde mensal em agosto, com a segunda maior economia do mundo enfrentando novas ameaças do presidente norte-americano Donald Trump de impor mais tarifas sobre seus produtos. No mês passado, o superávit comercial da China com os EUA cresceu 10,5% ante julho, passando de US$ 28,09 bilhões para US$ 31,05 bilhões.
Ao mesmo tempo, o superávit comercial total do país encolheu 0,5% no mês passado, de US$ 28,05 bilhões em julho para US$ 27,91 bilhões, segundo dados da Administração Geral da Alfândega divulgados neste sábado.
Uma combinação de fatores, incluindo a depreciação da moeda local, o yuan, e a antecipação de embarques dos exportadores diante da imposição de mais tarifas contribuiu para a piora desse equilíbrio comercial, observa Liu Xuezhi, economista do Bank of Communications de Xangai. “No curto prazo será difícil reduzir esse intervalo porque os compradores norte-americanos não encontram facilmente alternativas aos produtos chineses”, disse Liu. Isso sugere que a disputa comercial entre os dois países, acirrada nos últimos dias, não será resolvida rapidamente, diz o economista.
Entre abril e julho o yuan recuou quase 9% frente ao dólar, mas apresentou poucas oscilações em agosto, de acordo com dados da Wind Information. No mês passado, o banco central da China intensificou as ações de intervenção no mercado para evitar uma rápida depreciação do yuan.
Um yuan mais fraco torna os produtos chineses mais baratos para os consumidores norte-americanos. As exportações da China para os EUA cresceram 13,2% em agosto no comparativo anual, acelerando da alta de 11,2% reportada em julho, de acordo com os cálculos do The Wall Street Journal com base em dados oficiais.
Na sexta-feira, Trump declarou que sua administração esta pronta para impor tarifas adicionais sobre outros US$ 267 bilhões em produtos chineses, além das barreiras sobre US$ 200 bilhões em bens chineses que o governo norte-americano vem preparando. Trump já impôs tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões em produtos chineses, a maior parte máquinas industriais e peças eletrônicas. Nas últimas semanas as negociações comerciais entre Washington e Pequim não tem produzido qualquer sinal de progresso. Fonte: Dow Jones Newswires.