O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, apresentou na noite deste sábado uma visão otimista de que seu país emergiu de seus oito anos de austeridade financeira imposta pelos credores e está no caminho para da recuperação econômica. Ao apresentar seu programa econômico para o próximo ano em um discurso na maior feira comercial da Grécia, Tsipras disse que procurará continuar a reduzir a taxa de desemprego do país, que atingiu o pico de quase 28% em 2013, elevar os salários e cortar alguns impostos.
Em um gesto incomum para um político de esquerda que passou mais tempo protestando fora da Embaixada do EUA do que em reunião com autoridades norte-americanas, Tsipras enfatizou durante seu discurso as estreitas relações da Grécia com os EUA, chamando-os de “um país com o qual estamos vinculados em uma forte parceria estratégica e em lutas comuns por valores compartilhados”.
Pela primeira vez, um convidado, o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, discursou durante o evento, que normalmente abre espaço apenas ao primeiro-ministro da Grécia apresentar seus objetivos de política econômica. Ross também destacou a proximidade de gregos e norte-americanos e elogiou a Grécia por cumprir seus compromissos de gastos em defesa na aliança transatlântica. “Nós gostaríamos de ver outros países da Otan cumprirem seus compromissos da mesma maneira”, disse.
Destacando suas realizações, Tsipras disse que 300 mil novos empregos foram criados nos três anos em que ele esteve no comando do país e que a economia grega deve crescer 2,5% em 2018. O primeiro-ministro disse que quer que a taxa de desemprego caia dos atuais 19% para 10% nos próximos cinco anos e que dívida grega atinja o grau de investimento dentro de dois anos.
Ele prometeu diminuir a taxa de imposto corporativo, expandir os gastos com bem-estar social, fornecer incentivos fiscais para atrair jovens com formação universitária que imigraram, aumentar o salário mínimo e restaurar a negociação coletiva sobre os salários. Tsipras também prometeu aumentos salariais retroativos para a polícia, o exército e o judiciário.
Abordando a questão de novos cortes de pensões assumidos por seu governo, após pressão dos credores, Tsipras disse acreditar que as metas de superávit orçamentário do governo podem ser alcançadas sem mais cortes, mas acrescentou que ele discutirá isso com a União Europeia no final do ano.
Fonte: Associated Press