O motorista acusado de matar mulher grávida de quatro meses, foi mandado nesta quarta-feira (5/9) a júri polular. O crime ocorreu em junho deste ano no Condomínio Residencial Flores de Goiás, no Jardim Caravelas, em Goiânia. Aginaldo Viríssimo Cuelho confessou ter matado a ex-mulher Denise Ferreira da Silva por ciúmes.
A decisão foi do juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri, que acatou um pedido do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO).
Na denúncia, o MPGO considerou que a conduta do denunciado “se molda na descrição do artigo 121, incisos 2º e artigo 7º, do Código Penal”. É apontado ainda que os indícios de autoria se fazem presentes nos depoimentos testemunhais, inclusive, no interrogatório de Aginaldo.
O magistrado considerou o pedido, “uma vez que ficou comprovado no processo a possibilidade do acusado ter se utilizado de meio que dificultou a defesa da vítima, supostamente tendo efetuado disparo contra a ex-mulher, quando ela estaria caída ao chão e dominada pelo acusado.”
De acordo com o Jesseir Coelho, “caberá ao Conselho de Sentença dirimir as dúvidas e contradições nos autos, avaliando se o acusado é inocente ou culpado. O princípio imperativo de direito penal nesta fase do processo é reverter qualquer dúvida em prol do direito social, mesmo que em detrimento do direito individual.”
Relembre o caso
O crime ocorreu na noite do dia 4 de junho deste ano no Condomínio Residencial Flores de Goiás, no Jardim Caravelas, em Goiânia, onde Denise, de 34 anos, morava.
A mulher, que estava grávida de quatro meses, tentou fugir do ex-marido quando foi atingida por um tiro na cabeça. O corpo da gestante foi encontrado na rua, perto de sua casa. De acordo com vizinhos da mulher, as brigas entre o casal eram constantes.
Denise se mudou para Goiânia depois de conhecer Aginaldo em uma empresa de vidros para automóveis onde ela era encarregada, em São Paulo. A história do casal começou depois que Aginaldo, que era motorista da dupla Henrique e Juliano, levou um ônibus para reparos na empresa.
Com o dinheiro do acerto, Denise comprou uma casa em um condomínio no Setor Caravelas, onde foi assassinada, e depois de um tempo abriu um empório. Denise trouxe também o filho de seis anos, fruto do primeiro casamento.
O casal, que já não morava mais junto quando o crime aconteceu, tinha um histórico de brigas, segundo informações do vizinhos. Denise tentava fugir de Aginaldo, que para matá-la, arrombou a porta da casa por volta das 3h.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Dannilo Proto, da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), Aginaldo confessou o crime e disse que teria matado a mulher por ciúmes e por conta de uma possível traição. O homem disse ainda que cometeu o assassinato em um momento de fúria.
Um dia após o crime, Aginaldo, acusado de matar mulher grávida, passou por audiência de custódia e foi mantido preso preventivamente, por decisão do juiz Jesseir Coelho de Alcântara.