Os suspeitos de enviar bomba para o advogado Walmir Cunha, de 37 anos, em 2016 enfrentaram nesta quinta (30/8) primeira sessão do julgamento em júri popular em Goiânia.
A sessão, presidida pelo juiz Lourival Machado da Costa, titular da 2ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri, durou várias horas e mais de dez testemunhas de acusação e defesa foram ouvidas.
O motoboy que entregou a bomba para o advogado confirmou em julgamento que o policial federal aposentado Ovídio Rodrigues Chaveiro foi quem lhe entregou o pacote com os explosivos.
José Hélio não sabia do conteúdo da encomenda que deixou o advogado gravemente ferido com três dedos e parte da palma da mão mutilados, fraturas expostas no pé, queimaduras de segundo grau nas pernas e abdômen atingido com estilhaços de bomba. O crime aconteceu no dia 15 de julho de 2016.
Segundo as investigações feitas pela Polícia Civil e denúncia apresentada pelo Ministério Público, além de Ovídio, o seu irmão Valdinho Chaveiro também é acusado de ser mandante e co-autor do crime.
Além de José, outros dois motoboys, que trabalham no mesmo ponto que ele, no setor Jardim Guanabara, também confirmaram que viram Ovídio entregar o pacote com explosivo ao motociclista, para ser levado ao escritório de Walmir.
O julgamento
Além dos motoboys, o empresário Petrônio Reis, 33 anos, também testemunhou. Ele é cliente de Walmir Cunha e parte em ação judicial a qual o advogado obteve sucesso, o que teria contrariando interesses dos acusados, e conforme as investigações, motivado o atentado.
O empresário, na ação em questão, solicitava inicialmente a regulamentação de suas visitas à filha, porém, segundo Petrônio a família da mãe da menina ignorou uma decisão liminar favorável a ele e impedia que ele visse a criança. Diante disso, o pai decidiu recorrer judicialmente. Um dos acusados, Valdinho Chaveiro, é avô materno da menina.
Em seu depoimento Walmir Cunha contou que era para ser uma causa tranquila, mas que acabou tomando dimensões que ele não esperava.
A ação em que Walmir atuou como advogado de Petrônio durou de janeiro de 2013 a dezembro de 2014, e acabou evoluindo a reversão da guarda para o pai. A perícia judicial constatou que a criança estava sofrendo de isolamento e alienação parental.
Além dos detalhes da ação de reversão de guarda, Walmir contou que 13 dias após o atentado, os irmãos entraram com pedido de revisão da guarda da criança, que estava com o pai.
Ainda não se sabe o veredicto do julgamento desta quinta-feira.
Aguarde informações.