Foram condenados a 11 anos de prisão os irmãos envolvidos em atentado contra advogado, em Goiânia. O crime ocorreu no dia 15 de julho de 2016. Dois anos após o crime, os policiais federais aposentados Ovídio e Valdinho Rodrigues Chaveiro foram acusados de tentativa de homicídio contra Walmir Oliveira da Cunha.
De acordo com a decisão, os homens cumprirão a pena de 11 anos, 9 meses e 16 dias em regime fechado. O júri popular teve a duração de dois dias e foi presidido pelo juiz Lourival Machado da Costa, titular da 2ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri.
Na sentença, o magistrado entende que “o comportamento da vítima não contribuiu para prática do crime. O atentado contra a sua vida se deveu ao fato da sua atuação na condição de advogado, o que se insere no contexto de desqualificação da própria advocacia.”
Ainda segundo o documento, “as circunstâncias do crime exprime a frieza do réu na arquitetação do crime, haja vista que transcorreu significativo espaço de tempo entre a data da reversão da guarda e o momento do crime.”
Atentado contra advogado
O crime ocorreu em 15 de julho de 2016. O advogado Walmir Cunha recebeu uma caixa em seu escritório, no setor Marista, a qual continha um explosivo.
Walmir ficou gravemente ferido com três dedos e parte da palma da mão mutilados, sofreu ferimentos severos no abdômen além de partes da perna e pé esquerdo lesionados. No total, foram oito cirurgias e sessões de fisioterapia para recuperar os movimentos da mão esquerda.
A encomenda foi entregue por um motoboy, uma das principais testemunhas, que não sabia o conteúdo da entrega. Foi por meio do entregador que a polícia chegou até gravações que levaram aos irmãos.
De acordo com os laudos periciais, embasados nas imagens de câmeras de segurança, o policial federal aposentado Ovídio Rodrigues Chaveiro foi quem mandou a bomba para o advogado, enquanto o irmão dele, Valdinho Rodrigues Chaveiro ameaçou a vítima por causa de uma ação familiar.
O advogado defendia uma causa em que a filha de um dos acusados disputava a guarda de uma criança com o ex-marido. O cliente de Walmir ganhou a ação.
A defesa dos acusados afirma que eles são inocentes e contesta o laudo da polícia. Os acusados chegaram a ser presos em dezembro de 2016.