Pelo menos 28 suspeitos, entre eles 16 policiais civis, foram presos na manhã desta quinta-feira (30/8), numa operação deflagrada para cumprir 46 mandados de prisão contra denunciados por organização criminosa, corrupção, extorsão, concussão e peculato, entre outros crimes.
Segundo o Ministério Público, o grupo extorquia dinheiro de vendedores de mercadorias piratas, ambulantes, bingos, donos de veículos clonados e comerciantes em situação irregular.
Coordenada pelo Ministério Público do Estado do Rio e a Secretaria de Segurança Pública, a ação realizada faz parte da segunda fase da Operação Quarto Elemento que visa desbaratar uma organização criminosa liderada por policiais civis que extorquiam pessoas envolvidas com atividades ilícitas.
Entre os 46 denunciados estão 24 policiais civis, seis policiais militares, dois bombeiros, um agente penitenciário e outras quinze pessoas que atuavam como informantes dos policiais.
O grupo identificava possíveis infratores da lei e realizava batidas policiais contra eles, com a intenção de flagrá-los cometendo crimes ou irregularidades administrativas.
Em vez de seguir a lei, os policiais exigiam uma quantia em dinheiro para que os infratores não fossem presos.
Segundo o MP a organização fazia graves ameaças e até agredia fisicamente as vítimas. Em certos casos, o grupo denunciado ainda desviava para si os objetos apreendidos para posterior revenda.
Outra operação realizada este ano no RJ prendeu policiais membros de organização criminosa
Quatro policiais civis e um agente penitenciário foram presos no Rio de Janeiro em maio deste ano na Operação Alçapão.
As prisões aconteceram na segunda fase da operação, que visa o combate aos chefões das organizações criminosas que exploram o jogo do bicho e máquinas caça níquel, e não apenas os anotadores e apostadores do jogo ilegal, segundo a polícia.
Na primeira fase, realizada em junho de 2011, os agentes cumpriram dez mandados de prisão e dezenas de busca e apreensão contra policiais civis, um advogado e um agente penitenciário.
Ainda na primeira fase foram apreendidos duzentos e R$ 10 mil em dinheiro escondido dentro de uma mala no topo de uma árvore, veículos de luxo, anotações e contabilidades dos jogos, armas de fogo e munições. Ficou comprovado que policiais recebiam mais de R$ 10 mil para não investigar e reprimir esse tipo de crime.