Os suspeitos de enviar bomba para o advogado Walmir Cunha, de 37 anos, em 2016 enfrentam hoje (30/8) júri popular em Goiânia.
Os réus são os irmãos e policiais federais aposentados Ovídio Rodrigues Chaveiro e Valdinho Rodrigues Chaveiro. Eles são acusados de tentativa de homicídio triplamente qualificado. O motivo foi classificado como torpe; um dos acusados se sentiu prejudicado ao perdeu uma ação judicial que o advogado trabalhava.
O crime foi cometido com emprego de explosivo e dissimulação, meio que impossibilitou a defesa da vítima.
A defesa dos reús afirma que eles são inocentes.
Atentado e Investigações
Em 15 de julho de 2016 o advogado Walmir Cunha recebeu uma encomenda em seu escritório, no setor Marista, a qual continha um explosivo.
Walmir ficou gravemente ferido com três dedos e parte da palma da mão mutilados, sofreu ferimentos severos no abdômen além de partes da perna e pé esquerdo lesionados. Foram oito cirurgias e sessões de fisioterapia para recuperar os movimentos da mão esquerda.
A encomenda foi entregue por um motoboy que não sabia o conteúdo da entrega. Foi por meio do entregador que a polícia chegou até gravações que levaram aos irmãos.
Segundo o laudos periciais, feitos embasados em imagens de câmeras de segurança, o policial federal aposentado Ovídio Rodrigues Chaveiro foi quem mandou a bomba para o advogado, enquanto o irmão dele, Valdinho Rodrigues Chaveiro ameaçou a vítima por causa de uma ação familiar.
O advogado defendia uma causa em que a filha de um dos acusados disputava a guarda de uma criança com o ex-marido. O cliente de Walmir ganhou a ação.
A defesa dos acusados afirma que eles são inocentes e contesta o laudo da polícia.
Os irmãos foram presos em dezembro de 2016.
Júri Popular
A sessão desta quinta-feira (30/8) é presidida pelo juiz Lourival Machado da Costa, titular da 2ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri.
Foram arroladas 12 testemunhas, sendo seis de cada parte, e dois informantes. O processo conta com cerca de 2000 páginas será julgado por sete jurados.
O presidente da Comissão Nacional de Defesas das Prerrogativas e Valorização das Advocacia (CNDPVA) do Conselho Federal das Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Dr. Cássio Lisandro Telles, veio a Goiânia para acompanhar pessoalmente a sessão plenária do juri, a pedido do presidente do Conselho Federal da OAB, Dr. Cláudio Pacheco Prates Lamachia.