Duas meninas, gêmeas siamesas ligadas pelo tórax e abdômen, nasceram por volta das 10h30 desta quarta-feira (22/8) no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia. O cirurgião pediátrico Zacharias Calil não deu detalhes sobre o estado de saúde das recém-nascidas. “Uma delas nasceu com cardiopatia e precisa fazer cirurgia”, adiantou ele. As duas foram levadas para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). As meninas ainda não foram separadas.
A mãe e o pai das meninas vieram da Bahia para Goiânia em busca de um parto seguro, já que o tipo de parto é considerado de alto risco. “Depois te conto mais”, disse à reportagem, ao telefone, Zacharias Calil assim que saiu da sala de cirurgia. Calil é um dos mais procurados para separar siameses em todo o mundo.
No currículo do médico, são mais de 37 casos, com 17 separações de bebê – o último caso em 23 de maio.
O primeiro caso ocorreu há 18 anos quando foram separadas as gêmeas siamesas Larissa e Lorrayne Gonçalves – uma delas morreu aos sete anos. A separação das garotas foi a primeira a ser feita no Centro-Oeste do país. Outro caso que mobilizou Goiás foi o caso dos meninos de Arthur e Heitor.
Que partes do corpo podem estar unidas em gêmeos siameses
Existem diferentes partes do corpo que podem ser partilhadas por gêmeos siameses, que dependem da região onde os gêmeos se encontram ligados, como:
- Ombro;
- Cabeça;
- Cintura, quadril ou pélvis;
- Peito ou barriga;
- Costas ou base da espinha.
Além disso, existem muitos casos onde os irmão partilham um só tronco e um só conjunto de membros inferiores, existindo por isso uma partilha de órgãos entre si.
Como separar gêmeas siamesas
Por meio de cirurgias, é possível a separação dos gêmeos siameses, e a complexidade da cirurgia depende da extensão das regiões do corpo partilhadas.
Já foi possível a separação de gêmeos siameses unidos pela cabeça, pélvis, base da espinha, tórax, abdômen e bacia, porém estas são cirurgias que representam grandes riscos para os irmãos, especialmente se partilharem órgãos entre si.
Se a cirurgia não for possível ou se os gêmeos optarem por permanecer unidos, eles podem viver unidos por muitos anos, tendo uma vida o mais normal quando possível.